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Dólar sobe e fecha acima de R$ 5 pela primeira vez desde outubro; Ibovespa avança, à espera de decisões de juros no Brasil e EUA

A moeda norte-americana avançou 0,57%, cotada a R$ 5,0258, no maior patamar em quase cinco meses. Já o principal índice acionário da B3 encerrou em alta de 0,17%, aos 126.954 pontos.

O dólar subiu nesta segunda-feira (18) e fechou acima de R$ 5 pela primeira vez desde outubro, iniciando uma semana marcada pela divulgação de decisões de política monetária pelo mundo, com destaque para Brasil e Estados Unidos.

 

Na quarta-feira (20), os bancos centrais dos dois países decidem quais serão suas novas taxas de juros. A expectativa é que, por aqui, a taxa Selic sofra uma nova redução, enquanto nos Estados Unidos os juros devem permanecer inalterados.

Ainda no Brasil, investidores também repercutem a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB). O indicador subiu 0,6% em janeiro, na comparação com o mês anterior.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, a B3, encerrou em alta.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Ao final da sessão, o dólar subiu 0,57%, cotado a R$ 5,0258. 

Com o resultado, acumulou altas de:

  • 0,57% na semana;
  • 1,07% no mês;
  • 3,57% no ano.

Na última sexta-feira, a moeda norte-americana teve alta de 0,22%, cotado a R$ 4,9973.

Ibovespa

Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,17%, aos 126.954 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,17% na semana;
  • recuo de 1,60% no mês;
  • e baixa de 5,39% no ano.

Na sexta, o índice teve baixa de 0,74%, aos 126.742 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

 
A semana começou com os investidores já de olho na Super Quarta, quando o Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve anunciar suas novas taxas de juros.

No Brasil, a taxa Selic está em 11,25% ao ano e a expectativa do mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom) promova um novo corte de 0,5 ponto percentual, levando a taxa a 10,75% ao ano.

Nos Estados Unidos, por outro lado, a expectativa é que o Fed mantenha seus juros inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano. A atenção, porém, está mais voltada para o comunicado que a instituição vai soltar depois da reunião, porque é ali que os investidores conseguem vislumbrar quais são as possibilidades para as taxas nos próximos meses.

Há muita expectativa do mercado sobre quando o Fed deve iniciar o ciclo de cortes nos Estados Unidos. A maioria dos investidores e especialistas espera que isso aconteça ainda no primeiro semestre deste ano.

Além disso, a semana começou com a divulgação de alguns dados importantes pelo mundo.

No exterior, destaque para a China, que teve números melhores que o esperado para a indústria e varejo. No primeiro bimestre de 2024, a produção industrial do país cresceu 7,0%, segundo a Agência Nacional de Estatísticas, contra expectativas de alta de 5,0%. Já as vendas no varejo subiram 5,5%, contra 5,2% projetados.

Os números trouxeram certo alívio para os mercados, que vinham preocupados com uma desaceleração da economia chinesa. O resultado impulsiona, inclusive, o desempenho do minério de ferro, já que o país asiático é um dos principais demandantes da commodity no mundo.

Já no Brasil, o BC divulgou o IBC-Br, que mostrou alta de 0,6% em janeiro, em linha com as expectativas. Rafael Perez, economista da Suno Research, destaca que esse é o quinto resultado positivo consecutivo e “revela uma atividade mais forte neste início de ano”.

“Além disso, os dados de Caged divulgados na sexta-feira, com a criação de 180 mil vagas de emprego em janeiro, mostraram um mercado de trabalho que continua dando sinais bastante positivos e será um vetor importante de sustentação da atividade, principalmente de segmentos ligados ao consumo”, comenta o economista.

Ainda no cenário doméstico, destaque para relatório divulgado pelo Tesouro Nacional na última sexta-feira (15), com projeções de que o Governo Federal deve conseguir cumprir a meta de déficit zero em 2024, se conseguir aprovar as medidas já propostas pela área econômica para elevar a arrecadação.

Já para os próximos anos, em 2025 e 2026, o Tesouro projeta déficit de 0,5% e de 0,4% do PIB, respectivamente. O déficit acontece quando as despesas superam as receitas, aumentando a dívida pública.

Caso as projeções do Tesouro se concretizem, o governo deixará de cumprir a meta fiscal estabelecida para 2025 e 2026, uma vez que as metas projetadas para estes anos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 são de superavit de 0,5% e de 1% do PIB, respectivamente.

Porém, por enquanto, esses números esperados de déficit não passam de projeções. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, pontua que “não faz sentido algum o governo alterar a meta fiscal agora” e que isso seria “um tiro no pé”.

O economista destaca que o governo ainda precisa esperar para ver como as medidas arrecadatórias anunciadas no ano passado vão influenciar nas receitas deste ano antes de tomar qualquer atitude nesse sentido.

“Ele pode esperar até maio, que é a segunda reunião do relatório de despesas e receitas, para anunciar se confirma ou altera a meta fiscal. Para nós, na próxima semana, não enxergamos que haverá mudança”, comenta Agostini.

“O governo sabe que tem uma grande tarefa ali para tentar manter o menor déficit possível. Vai manter o discurso da perseguição do déficit zero, tem a questão do contingenciamento, que provavelmente será menor, e ele pode fazer esse contingenciamento ao longo do ano. Então, não precisaria fazer agora, não precisa sofrer por antecedência. Estamos ainda no primeiro trimestre do ano”, completa.

 

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