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Viradouro, Mangueira e Vila Isabel são destaques no Carnaval do Rio

Viradouro, Mangueira, Unidos de Vila Isabel foram os destaques do segundo dia do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro em 2024, em uma noite marcada por muitos enredos que destacavam questões raciais e de negritude.

 

Mocidade, Portela e Paraíso de Tuiuti também desfilaram ao longo da noite desta segunda-feira (12) e da manhã desta terça-feira (13).

Apesar de alguns sustos com alegorias, nenhuma escola estourou no tempo de desfiles. E assim como aconteceu na primeira noite, o tempo se manteve firme e sem chuva.

O anúncio da escola campeã do carnaval do Rio de Janeiro será feito na quarta-feira (14). Já o desfile das campeãs acontece no sábado (17).

Desfiles do 2º dia:
Mocidade
Portela
Vila Isabel
Mangueira
Tuiuti
Viradouro

A Mocidade Independente de Padre Miguel entrou na avenida sob grande expectativa do público. Não era para menos: o seu samba-enredo foi o mais reproduzido nas plataformas de streaming, chegando a ser uma das músicas virais do Spotify. Com o enredo sobre o caju, desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Ferreira, a Mocidade se reconciliou com a sua essência tropicalista e fez um desfile leve, irreverente e colorido.

A segunda escola a desfilar foi a Portela. Buscando se reabilitar da décima colocação obtida no último Carnaval, a azul e branca levou para a avenida um tema que evoca a afetividade. “Um defeito de cor”, inspirado no livro de Ana Maria Gonçalves, trouxe para a Sapucaí a história de Luiza Mahin e seu filho, Luiz Gama. Já na comissão de frente, o desfile apostou na emoção, com a águia promovendo o encontro dos dois personagens. Um dos pontos altos do desfile criado pelos carnavalescos Antonio Gonzaga e André Rodrigues foi o enredo, de fácil leitura.

A Vila Isabel reeditou o enredo de 1993, “Gbalá”, com samba antológico do aniversariante Martinho da Vila – que teve parabéns cantado durante o esquenta. Desenvolvido por Paulo Barros, o desfile conjugou o estilo consagrado do carnavalesco com uma estética mais tradicional. A comissão de frente trouxe crianças que, integradas com componentes adultos, faziam uma saudação a Oxalá. A apresentação do casal Marcinho e Cristiane Caldas, por sua vez, foi hi-tech.

Quarta escola a desfilar, a Mangueira levou para a Sapucaí uma emocionante homenagem à cantora Alcione. No roteiro elaborado pelos carnavalescos Guilherme Estevão e Annik Salmon, toda a trajetória da menina que saiu do Maranhão para se transformar em um dos maiores nomes da música brasileira. A comissão de frente, extremamente bem coreografada e com várias passagens da vida de Alcione, levantou o público, assim como o casal de mestre-sala e porta-bandeira Matheus Olivério e Cíntia Santos.

De volta ao Paraíso do Tuiuti, o carnavalesco Jack Vasconcelos, que levou a escola ao vice-campeonato em 2018 com o inesquecível desfile sobre a escravidão, retomou a veia politizada em seu trabalho apresentando um enredo sobre João Cândido, o líder da Revolta da Chibata, ocorrida em 1910. A escola buscou impressionar, trazendo o maior abre-alas do ano, que possuía três chassis e três tripés acoplados.

O Grupo Especial de 2024 foi encerrado em grande estilo pela Unidos do Viradouro. A escola niteroiense apostou no enredo “Arroboboi Dangbé”, sobre o culto ao vodum serpente, da região de Daomé. O carnavalesco Tarcísio Zanon preparou um belo visual, propício para uma escola que desfilaria nos primeiros raios de sol, abusando das cores cítricas e do prata.

Mangueira no desfile no Rio de Janeiro – Foto: Lucas Landau

Da Redação

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