É difícil explicar com clareza as motivações que levam o eleitor a decidir por este ou por aquele candidato. Na hora do voto, pesa tanto a razão quanto a emoção. A vitória de Rafael Fonteles (PT) no último dia 2, porém, foi uma demonstração inequívoca da evolução política do eleitorado piauiense.
O Piauí disse não às forças políticas do atraso, personificadas na figura do ministro Ciro Nogueira (Progressistas), e ao pessimismo e negacionismo exacerbados de Sílvio Mendes (União Brasil). O resultado das urnas revela a aprovação das gestões petistas, mas é sobretudo uma aposta no futuro, considerando as características pessoais, virtudes e potenciais do candidato.
Aos 37 anos de idade, estreante em eleição, mas dono de um histórico escolar extraordinário e um respeitável currículo profissional, Rafael conseguiu mobilizar e engajar uma sociedade que aspira mais e melhores conquistas, um Piauí que sabe que pode e quer mais.
Neste aspecto, Ciro e Sílvio cometeram um erro fatal. Esqueceram propostas (se as tinham, não mostraram) e optaram por anunciar o caos – na saúde, na educação, na segurança, nas estradas. É evidente que o Piauí enfrenta problemas sérios nessas e em outras áreas, mas preferiram renegar ou ignorar as coisas boas que os piauienses obtiveram nas três últimas décadas. Levaram ao extremo a teoria do “copo meio vazio”.
Como o piauiense é na essência um povo alegre, batalhador e otimista, uma estratégia de campanha que aposta no pessimismo traz embutida um enorme risco de dar errado. E deu.
Rafael, por outro lado, optou por uma campanha divertida, intensa e propositiva, harmonizando as ações on e off com a energia, disposição e o entusiasmo próprios da juventude e capacidade de trabalho que sua idade permite. O piauiense se viu representado ali. Ou pelo menos a grande maioria dos piauienses, como mostraram as urnas.
O fato é que o eleitor acreditou na perspectiva de futuro que ele projetou por meio de uma campanha que irradiou alegria e esperança “em um Piauí grande, mais forte e mais desenvolvido”.
Sua vitória no primeiro turno, com votação recorde de mais de 1,115 milhão de votos, é a aposta de um povo que reconhece o legado construído pelo governo Wellington Dias, mas que deseja e sabe que pode avançar muito mais, com melhores e mais oportunidades, prosperidade e inclusão social. Foi a vitória da esperança.
Por Mussoline Guedes
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