O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), acolheu nesta quinta-feira (12) pedido do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e determinou abertura de nova investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para apurar eventual crime na divulgação de informações sigilosas contidas no inquérito que investiga o ataque hacker sofrido pela Corte em 2018.
Moraes encaminhou o pedido à PGR (Procuradoria-Geral da República). “Acolho a notitia criminis encaminhada pelo Superior Tribunal Eleitoral, determinando a instauração de inquérito específico, para investigação do presidente da República Jair Messias Bsolsonaro, do deputado federal Filipe Barros, e do delegado de polícia Victor Neves Feitosa”, diz o ministro.
Na decisão, o magistrado ainda determina o afastamento do delegado Victor Feitosa, com requisiçao ao diretor-geral da PF (Polícia Federal) de instauração de procedimento disciplinar para apurar os fatos, que, igualmente, deverá providenciar a substituição da autoridade policial.
O pedido de investigação foi encaminhado na segunda-feira (9) pelo TSE ao STF. Na ocasião, todos os ministros da Corte Eleitoral assinaram a medida. “Há indícios, portanto, de que informações e dados sigilosos e reservados do Tribunal Superior Eleitoral tenham sido divulgados, sem justa causa, inicialmente pelo Delegado de Polícia Federal, e, na sequência, pelo Deputado Federal Felipe Barros e pelo Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro”, afirma o documento.
O presidente da República teria divulgado informações sigilosas do inquérito que investiga o ataque hacker sofrido pela Corte em 2018 em uma live nas redes sociais, além de ter falado sobre em uma entrevista à uma rádio.
O TSE garante que o ataque ao seu sistema interno investigado pela PF não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. A Justiça Eleitoral afirma ainda que, desde a ocasião, novos cuidados e camadas de proteção foram introduzidos para aumentar a segurança dos demais sistemas informatizados devido à alteração do cenário mundial de cybersegurança.
A reportagem procurou a Presidência da República e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.
Fonte: r7.com