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Serra da Ibiapaba, a grande mãe de todos nós

A palavra ‘ibiapaba’ é tupi guarani (de /‘yby’ababa’/, onde yby, terra + ‘ab, cortar + aba, sufixo), e significa ‘terra fendida’). Com uma área de 5.071.142 km², a Serra da Ibiapaba limita-se ao norte com a microrregião do litoral de Camocim e Aracajú, Ceará; ao sul com a microrregião de Ipu, Ceará; a leste com a microrregião de Sobral e microrregião de Coreaú, Ceará; e a oeste com o estado do Piauí.

 

Nela se fazem presentes os subsistemas: Mata Atlântica, Cerrado, Matas dos Cocais, Caatinga e traços de Floresta Amazônica. Possui altitude máxima de 954 m em Guaraciaba do Norte; comprimento de 200 km de Norte a Sul e 50 km de Leste a Oeste. Temperatura entre 19ºC e 30ºC.

A Serra ou Chapada (ou cuesta) da Ibiapaba possui o front voltado para o estado do Ceará e o reverso para Oeste, seguindo o mergulho das camadas geológicas, no estado do Piauí.

A serra da Ibiapaba está assim georreferenciada : 3º 52’ 47” Sul e 40º 57’ 50” Oeste.

Dessa forma o front forma o limite da Bacia Sedimentar do Parnaíba com depressão ortoclinal, denominação criada pelo geógrafo Aziz Ab’ Saber em 1969, e que significa uma porção das Depressões Sertanejas Intermontanas (entre montanhas) modeladas no embasamento de rochas cristalinas.

A região da Ibiapaba (a serra e seu entorno) está referenciada na Carta da Capitania do Ceará, de Antonio José da Silva Paulet, 1818, como Serra Grande ou Serra Geral, habitada há milhares de anos por povos indígenas como os Takarijús e Aconguacús (ou Kmarús) e Tabajaras)

Atrelada à Serra da Ibiapaba nasceu a APA (Área de Proteção Ambiental) Serra da Ibiapaba) da qual não trataremos aqui.

Essa serra guarda para com a cidade de Pedro II uma relação umbilical, quer seja pelo que ela representa em termos geológicos, geográficos, climáticos e paisagísticos, como de temperatura amena, inclusive; quer seja ainda do ponto de vista social e histórico, como o do episódio conhecido como ‘Balaiada”, que teve como um dos palcos a cidade piauiense de Pedro II via Serra da Ibiapaba.

Esse fato histórico tem muito a ver com o fato de o Morro do Gritador, poder ser entendido como um ‘filhote da Serra da Ibiapaba”.

Fotografado durante todos os meses do ano, sobretudo em junho, durante as edições do Festival de Inverno, este, sim, o maior evento cultural do Estado. Mas nem sempre foi assim. Com seus 420 milhões de anos (idade geológica) e altitude de 729 metros, o Morro do Gritador só se tornaria mesmo ‘conhecido’ a partir de 2004 (ano da primeira edição do Festival de Inverno de Pedro II).

Retomando: a Balaiada foi um levante, uma revolta popular contra os desmandos do Império e da classe dominante.Teve início na província do Maranhão, espalhando-se pelas províncias do Piauí e do Ceará entre 1838 e 1841.

Um dos líderes foi o fazedor de balaios maranhense Manoel dos Anjos Ferreira, apelidado de ‘o balaio’. Outro foi Raimundo Gomes Vieira Jutahy, o ‘Cara Preta’, um vaqueiro piauiense.

A Serra da Ibiapaba funcionou como reduto e espaço de guerrilha dos revoltosos. O município de Pedro II foi um dos palcos dessa revolta, fato ainda muito pouco conhecido por nós pedro-segundenses. [continua].

(PS. Acabo de escrever um pequeno livrinho sobre o Morro do Gritador, de onde recortei esse texto).

ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) é professor, poeta e escritor. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí (IHGPI), acadêmicos das academias APLA (atual presidente) e ALVAL, membro da UBE-PI, participa dos Coletivo Literário de São Benedito (CE) e do coletivo Amigos da Literatura. É membro fundador do Coletivop2 e autor, dentre outros, do livro “Debaixo da Figueira do Meu Avô” (Livraria Entrelivros).

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