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Veja o que disse o desembargador do Paraná investigado por falas machistas

Durante uma sessão que julgava um recurso em um caso de assédio a uma menina de 12 anos, magistrado afirmou que "mulheres estão loucas atrás dos homens"

A conduta do desembargador Luís César de Paula Espindola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), será investigada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após falas machistas durante sessão na 12ª Câmara Cível do TJPR.

 

Durante julgamento de um recurso da defesa de um professor que assediou uma aluna de 12 anos, o magistrado disse que “as mulheres estão loucas atrás de homens”. 

“Hoje em dia, o que existe é essa realidade, as mulheres estão loucas atrás dos homens, porque são muito poucos, sabe? Esse é o mercado… É só sair à noite, eu não saio muito à noite, mas eu conheço e tenho funcionárias, sabe. Tenho contato com o mundo”

Em seguida, ele diz que a “mulherada está louca para levar um elogio, uma piscada, sabe? Uma cantada educada, porque elas é que estão cantando, elas que estão assediando, porque não tem homem”.

Após a fala do desembargador, gravada durante a sessão desta quarta-feira (3), a desembargadora Ivanise Trates Martins pediu a palavra.

“Talvez os homens não saibam ou não tenham ideia do que uma mulher sente quando é tratada com uma lascívia disfarçada. Nós sabemos, uma piscadinha, um olhar, quem sabe numa sala de aula, ou em qualquer outro lugar é constrangedor, extremamente constrangedor”, disse a magistrada.

Em nota, o TJPR afirmou que já foi instaurada uma investigação preliminar na Corte e que não concorda com as falas do magistrado.  

“Já foi aberta investigação preliminar no âmbito desta corte, com base na Resolução 135 do CNJ, e o desembargador terá prazo de 5 dias para se manifestar. O Tribunal reitera que não compartilha de qualquer opinião que possa ser discriminatória ou depreciativa, como, aliás, é próprio de sua tradição e história de mais de 132 anos.”

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Paraná manifestou repúdio às falas do desembargador. Em nota, a Comissão de Igualdade e Gênero do TJPR classificou o caso como “lamentável” e “altamente discriminatório e desrespeitoso com as mulheres”.

Após o ocorrido, o desembargador disse, em nota, que nunca houve a intenção de menosprezar o comportamento feminino, lamentou o ocorrido e disse ser solidário a todos que se sentiram ofendidos por suas falas.

 

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