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Chuvas no Rio Grande do Sul podem deixar arroz e carnes mais caras; entenda

Enchentes paralisam a colheita da soja, arroz e milho e produtores perdem parte das lavouras; gado está isolado

As chuvas (em volume superior a 300 mm na última semana) que atingem o Rio Grande do Sul devem deixar um prejuízo milionário ao agronegócio gaúcho e as enchentes, que atingiram parte das lavouras de soja, milho, arroz e também áreas de pecuária, devem fazer os preços desses produtos e derivados subirem nas próximas semanas em todo o Brasil.

 

A lista pode incluir o arroz, derivados de soja como óleo, rações, derivados de trigo, e de milho.

As principais áreas atingidas pela forte chuva incluem os vales, planalto e encosta de serra, onde os gaúchos cultivam soja e milho, arroz, uvas e criam gado de corte. A colheita da soja e do milho da safra de verão ainda não havia sido finalizada no estado e o que sobrou das lavouras, que seria colhido nesta semana, foi perdido. O mesmo ocorreu nas lavouras de arroz do estado, principal produtor nacional do cereal. 

A expectativa do mercado é um aumento de preços nesses produtos nas próximas semanas, devido à calamidade pública no estado e a menor oferta dos itens.

Arroz vai ficar mais caro

O Rio Grande do Sul é o principal produtor de arroz no Brasil. No início da safra, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou uma produção equivalente a 7,4 milhões de toneladas, cultivados em uma área de 900 mil hectares. Até a última quinta-feira, 2 de maio, 78% da safra de arroz do ciclo 2023/2024 havia sido colhida (710 mil hectares), mas os 22% das lavouras restantes, cerca de 1,6 milhão de toneladas, devem ter perda total. Ainda não é possível estimar com precisão o tamanho do prejuízo.

De acordo com Carlos Cogo, da Cogo Inteligência de Mercado, o volume sob condição de risco representa 16% da safra de arroz estimada para o Brasil, o que representaria uma perda de 10,5 milhões de toneladas no total. “Isso [o volume perdido de arroz] pode gerar um déficit no suprimento brasileiro do grão em 2024, ampliando a pressão altista sobre os preços do cereal com impactos no custo de vida das famílias brasileiras”, afirma Cogo. 

Cotações de soja e milho sobem

A primeira safra de grãos do Rio Grande do Sul, da temporada 2023/2024, ainda não foi finalizada e as áreas cultivadas estão localizadas nas regiões que mais sofrem com as enchentes. Um levantamento feito pela consultoria Safras&Mercados apontam que as perdas da safra de soja podem chegar a 5 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul responde por 15% do esmagamento nacional do grão. 

Até o início das inundações, na semana passada, cerca de 70% das lavouras de soja haviam sido colhidas e os 30% restantes representam 2 milhões de hectares. O volume sob risco de perdas representa 5% da safra nacional estimada, de 147 milhões de toneladas. Com esta projeção, as cotações do grão na Bolsa de Chicago (que é a principal referência para o preço da soja no mundo inteiro) estão subindo e a projeção desta semana para o período Julho de 2024 a Julho de 2025 é de US$ 12 por bushel. 

A colheita do milho no Rio Grande do Sul atingiu 83% da área plantada até o início das enchentes e as lavouras que ainda não haviam sido colhidas, em torno de 220 mil hectares, também estão localizadas em áreas atingidas. Isso representaria um volume de 1,4 milhão de toneladas do cereal. Para a safra nacional, esse volume representa uma quebra de 6%.

Logística prejudicada na cadeia de carnes e ovos

Os impactos das chuvas também atingem a cadeia produtiva de carnes no Rio Grande do Sul, incluindo bovinos, frangos e ovos. Com as enchentes, os produtores estão tendo dificuldades logísticas e rações e insumos, como caixas e embalagens, não chegam às propriedades.

O transporte de animais, com destino a frigoríficos, está suspenso já que as estradas estão bloqueadas em quase todo o estado. Com isso, a programação de abates foi alterada. De acordo com levantamento realizado pelo Cepea (Centro de Estudos de Economia Aplicada) há muitos animais perdidos (bovinos) ou ilhados. “Muitos compradores e vendedores estão fora do mercado nestes últimos dias, à espera do controle da situação”, aponta o boletim. 

O estado produz 11% da produção de carne de frango e 19,8% da produção de suínos nacional, que são direcionados para consumo nas gôndolas do próprio estado e para a exportação. A população gaúcha deverá enfrentar desabastecimento de produtos até a retomada do sistema de produção, o que poderá demorar mais de 30 dias. E os demais estados compradores de carnes do estado também podem ter prejuízos.

 

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