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O novo livro de Chico Castro

A última vez que estive pessoalmente com Chico Casto  foi no SALIPI de 2021. Tomamos cerveja e batemos um papo sobre amenidades na companhia do poeta Salgado Maranhão (que me ofertou um cordel de sua autoria).

 

Ao final do papo saí com o “As travessuras do Mamulengo” que escreveu sobre a obra de outro poeta e amigo,  Paulo Machado, e ele com o meu “Debaixo da Figueira do Meu Avô”, que eu havia lançado naquela tarde.

Um pouco mais velho do que eu, Chico Castro foi para mim e centenas de  calouros na Universidade Federal do Piauí no idos dos anos 1980, uma espécie de irmão mais velho. Não que eu e ele mantivéssemos uma amizade cotidiana. Nada disso. Pelo contrário, acho que nunca sequer conversamos tete a tete nas dependências da UFPI.

Mas era impossível não ouvi-lo brandindo a voz próximo a um microfone fosse na fila do Restaurante Universitário (RU), em frente aos departamentos nas greves que fazíamos ou na praça Pedro II em frente ao Teatro Quatro de Setembro.

Cabelo grande, calça jeans, camiseta o Chico ‘tinha sempre  a palavra certa pra doutor não reclamar” (como na canção de Zé Ramalho da Paraíba). Mas no caso de Chico, os doutores reclamavam sempre. Em outros termos, Castro era um de nossos heróis revolucionários. Nosso Che da Chapada do Corisco!

Há alguns anos em um evento cultural no Clube dos Diários  ele me pediu um texto para incluir em seu livro “A Passagem da Coluna Prestes no Piauí” (sobre a passagem da dita pela cidade de Pedro II).

Quando a senhora Maria Prestes (já falecida) veio lançar o livro dela em Pedro II, fui convidado para mediar sua palestra e falei sobre o episódio descrito no parágrafo anterior.   Dela recebi seu livro autografado e ofertei um dos meus.

Dito isso, devo dizer que geralmente evito comentar um livro antes de lê-lo por inteiro. Quando vi a postagem do Chico no Whats App convidando os amigos para o lançamento de seu Médice: O Jardim dos Gafanhotos’ em Teresina, fiquei empolgado. Mas não pude comparecer. Então ele me mandou um exemplar autografado pelos correios.

Qual meu alívio ao folhear o livro ao perceber que se trata, como Chico mesmo diz, de um ensaio ( e não uma biografia) sobre o governo  Médice, mas não só. Em parágrafos bem escritos em linguagem ágil e convidativa, o autor passa em revista anos da História recente do País e, como escreve no prefácio outro querido amigo, Zózimo Tavares:

No enfoque que dá ao governo Médice, objeto de seu estudo, [Chico Castro] conclui que, ao tempo em que o Brasil dá saltos recordes na taxa de crescimento, também afunda nos anos de chumbo”.

Não bastasse todas essas qualidades do livro, a capa é uma obra prima de mais um outro querido amigo, o chagista Jota A.

Candango em Brasília, Chico nunca esquece do seu Piauí.

  1. PS. Médice: O Jardim dos Gafanhotos, 180 p. FCC Editora (Rua Benjamim Batista, 1513, Teresina, Piauí. Capa de Jota A. ISBN: 978-85-9496216-4

ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) é professor, poeta e escritor. Membro da APLA, ALVAL e do IHGPI. É autor, dentre outros livros, de ‘Debaixo da Figueira do Meu Avô”. Estará com um stand no Festival de Inverno de Pedro II. Escreve às quintas-feiras para esta coluna.

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