O Concurso Nacional Unificado, conhecido também como ‘Enem dos Concursos’ não irá mais acontecer no próximo domingo, 5, conforme estava previsto. A informação foi confirmada pela ministra Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Serviços Públicos, em coletiva na tarde desta sexta-feira, 3.
Dweck confirmou que o concurso foi adiado devido as fortes chuvas que atingem o Estado do Rio Grande do Sul. “A conclusão que a gente teve hoje é de que seria impossível realizar a prova no Rio Grande do Sul, seja pelos locais de prova afetados, pela impossibilidade de segurança na realização das provas, seja pelo risco da vida das pessoas que estariam envolvidas nesse processo”.
Ao menos 235 municípios foram afetados pelo temporal no RS desde a segunda-feira, 29. Nesta sexta-feira, 3, subiu para 31 o número de mortes. Ao menos 74 pessoas estão desaparecidas, 56 estão feridas e mais de 17 mil moradores estão desalojados.
“Com o adiantamento, nós vamos garantir às pessoas inscritas no concurso que todo mundo vai realizar as provas nas mesmas condições. A gente vai ter um concurso com respaldo jurídico importante”, ressaltou a ministra.
A chefe da pasta afirmou, ainda, não ter uma nova data para a realização da prova. “Nesse momento, toda a questão logística envolvida com a prova não nos permite, hoje, dar uma nova data com segurança”.
Dweck reiterou, também, não ter informações a respeito do custo para o adiamento das provas. Será necessário apontar a possibilidade de reutilização das provas já prontas e os processos logísticos envolvidos, explicou.
À comentarista Vera Magalhães, jornalista da CBN e do jornal O Globo, uma fonte do governo afirmou que houve discordâncias quanto ao que fazer, mas prevaleceram os argumentos de ordem humanitária e política sobre a tragédia, bem como o risco de judicialização do certame.
Nesta sexta, o ministro Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação) chegou a dizer que um eventual adiamento do certame teria custo de R$ 50 milhões. Essa seria a única hipótese possível, já que a suspensão exclusivamente no Rio Grande do Sul é juridicamente frágil.
“São mais de 2,5 milhões de inscritos em todo o País. A princípio, a ideia de suspender o concurso só para o Rio Grande do Sul, do ponto de vista jurídico, é muito questionável. A hipótese que existiria é a suspensão total do concurso, a não ser que haja alguma decisão judicial nesse sentido”, disse durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, do canal do governo.
Segundo informou, 86 mil pessoas se inscreveram para fazer a prova no Rio Grande do Sul. Dez cidades gaúchas estavam listadas para receber os locais de prova, sendo que algumas delas estão em áreas em situaçaõ de emergência.
“Temos cerca de 21 mil inscritos no Rio Grande do Sul fora de cidades onde vai acontecer o concurso. Destas 21 mil pessoas, cerca de 6 mil estão em cidades em situação de emergência ou sem acesso às cidades onde ocorrerão a prova. O compromisso do governo que ninguém seja prejudicado. Ninguém pode deixar de participar do concurso porque está numa cidade em situação de emergência ou está numa cidade em que o bloqueio impede acesso à cidade onde vai ter a prova”, acrescentou.
MPF pediu esclarecimentos sobre prova
Nesta sexta-feira, 3, o Ministério Público Federal (MPF) pediu esclarecimentos ao governo sobre a realização das provas do Concurso Nacional Unificado, em meio à catástrofe que atinge o território gaúcho. Em dois ofícios emitidos para a Secrcetaria Executiva do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, o órgão pede informações sobre a suspensão da realização das provas e, caso fosse decidido mantê-la, quais motivos e providências seriam tomados em relação aos candidatos do estado.