Em cooperações com autoridades norte-americanas, a Polícia Federal prendeu a venezuelana Mirelis Diaz Zerpa, mulher do “faraó dos bitcoins”, na última quarta-feira (25), em Chicago, nos Estados Unidos. A prisão ocorreu por ilegalidade no visto de permanência no país. Em contato com a família, ela alegou não ter conhecimento do fato. Mirelis estava foragida desde 2021, quando o marido foi preso em uma operação que revelou uma extensa rede de lavagem de dinheiro no Brasil – que chegou a movimentar R$ 38 bilhões entre 2015 e 2021.
O marido de Mirelis é Glaidson Acácio dos Santos, que foi preso na Operação Kryptos. A investigação aponta que o casal teria lesado mais de 300 mil pessoas. De acordo com a denúncia, a dupla desenvolveu um esquema que simulava investimentos em criptomoedas para encobrir pirâmide financeira.
Segundo a Polícia Federal, a empresa do casal prestava serviço a interessados em investir em bitcoins e utilizava de mais pessoas para cometer os crimes. As investigações duraram dois anos.
Contra a mulher havia um mandado de prisão expedido pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, por crimes praticados contra o Sistema Financeiro Nacional, lavagem de dinheiro e integração de organização criminosa.
Em nota, a defesa de Mirelis disse que a prisão foi somente pela ilegalidade de sua permanência nos EUA e afirmou que não tinham conhecimento do ocorrido. “Mirelis vive, estudava e sempre esteve legalmente residindo nos Estados Unidos”, informaram os advogados dela.
No ano passado, Glaidson e Mirelis foram convocados a prestar depoimento à CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados. O marido chegou a comparecer à comissão. Por videoconferência, o “faraó” disse que devolveria o dinheiro para os clientes, mas que os valores estavam presos na Polícia Federal.