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Hemopi fecha 2023 com 44 mil doações e avanços na área técnica

O Hemopi cadastrou 54. 329 pessoas nas quatro unidades de coleta: Teresina, Parnaíba, Floriano e Picos.

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) fechou o ano de 2023 com mais de 44 mil doações de sangue, o que possibilitou atender a demanda transfusional do Estado do Piauí. O Hemopi também cadastrou 2.257 novos possíveis doadores de medula óssea.

 

Sendo o único Hemocentro do Estado do Piauí responsável pelo fornecimento de hemocomponentes para toda a rede pública hospitalar e parte da rede privada, o Hemopi cadastrou 54.329 pessoas nas quatro unidades de coleta do Hemopi – Teresina, Parnaíba, Floriano e Picos – para doar sangue, sendo que 44.642 conseguiram efetivar a doação.

Em 2023, o hemocentro foi em busca de novas abordagens e ações que pudessem atrair mais doadores e fidelizar também os que já fizeram uma doação em algum momento da vida.

“O fortalecimento das doações internas, aquelas onde parceiros e doadores vêm até o Hemocentro para doar e o aumento da captação de doadores por parte dos hemocentros regionais possibilitam atender a demanda dos hospitais ao longo do ano passado. Nós só temos a agradecer a todos os doadores e parceiros que se propuseram a ajudar o Hemopi e, principalmente, ajudar os pacientes que estavam à espera de uma bolsa de sangue”, disse o diretor geral Rafael Alencar.

As doações nos hemocentros regionais de Parnaíba, Picos e Floriano tiveram um incremento de 13,45% em relação ao ano anterior.

“Ao longo de todo ano buscamos fortalecer a nossa hemorrede, em consonância com a política de regionalização da saúde implantada pelo Governo do Estado. Houve um fortalecimento dos hospitais regionais, mutirões de cirurgias, e outras ações de saúde no interior do Estado que ocasionaram o aumento da demanda por hemocomponentes. Os hemocentros regionais conseguiram aumentar sua captação e suprir as solicitações”, explica o superintendente de média e alta complexidade da Sesapi, Dirceu Campêlo.

Cadastro de Medula Óssea

Além da doação de sangue, o Hemopi também é responsável pela realização do cadastro para doação de medula óssea. Em 2023, o hemocentro cadastrou 2. 257 novos voluntários como possíveis doadores de medula.

Para alcançar esse número, entre os meses de agosto e dezembro, o Hemopi percorreu 19 cidades do interior do Piauí – Angical, Jardim do Mulato, Regeneração, Amarante, Cabeceiras, Barras, Boa Hora, Esperantina, Pedro II, Lagoa de São Francisco, Milton Brandão, Valença, Novo Oriente, Inhuma, União, José de Freitas, Palmeirais, Nazária e Curralinhos – totalizando 770 novos cadastros.

Entre janeiro e setembro foram enviadas 60 novas amostras de possíveis doadores compatíveis, sendo que 9 concluíram o processo e efetivaram a doação de medula óssea. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão responsável por gerir o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Sangue raro

No Laboratório de Imuno-Hematologia do Hemopi existem mais de seis mil doadores fenotipados catalogados por meio de um trabalho minucioso. A pesquisa de doadores raros é uma prática pouco realizada no país. O Hemopi é um dos hemocentros que possui esse serviço de fenotipagem.

“Entre as raridades identificadas podemos destacar dois casos que aconteceram em 2023. O primeiro ocorrido, em fevereiro, foi de uma paciente de Teresina que precisou de uma transfusão e teve um anticorpo raríssimo identificado, o Anti-Ku. Esse tipo sanguíneo tem maior incidência em países como Finlândia, Japão e Reino Unido. A chance de encontrar um doador compatível é de 0.01% na população geral. Através da hemorrede nacional foi encontrado um doador compatível com ela no interior de São Paulo e foi realizada a transfusão”, explica o diretor.

Outro caso que chamou a atenção, segundo o diretor, foi da paciente indígena que tinha um anticorpo conhecido como Anti- Dib, prevalecente em países como China, Japão e nas populações indígenas sul americanas. “A chance de encontrar um doador compatível é de 1% na população geral. Em parceria com a Agência Transfusional da cidade de Barra do Corda (MA), coordenada pelo Hemomar, foi possível identificar familiares diretos da paciente que recebeu a doação de uma das irmãs”, disse.

O Laboratório de Imuno-Hematologia também recebeu pela primeira vez a certificação de referência do Programa Avançado de Avaliação Externa de Qualidade em Imuno-Hematologia da Associação Brasileira de Hemoterapia e Hematologia (ABHH). E pelo 6º ano consecutivo, o hemocentro comprovou a excelência máxima na coleta, processamento e distribuição de hemocomponentes, recebendo mais um certificado de Elite da mesma associação.

Melhorias no Ciclo do Sangue

Em 2023, Rafael Alencar diz que o Hemopi passou por muitas mudanças relacionadas ao Ciclo do Sangue, sempre com ações que visam a melhoria do serviço prestado à população.

“Foram adquiridos novos Homogeneizadores de Sangue, com tecnologia mais moderna que trouxeram mais comodidade ao doador e praticidade aos colaboradores que atuam na sala de coleta”, conta o coordenador do Ciclo do Sangue, Oberdan Torres.

A coleta de plaquetas por aférese foi incorporada à rotina do Ciclo do Sangue. Isso possibilitou aumentar o número de coletas, o que garantiu mais segurança aos pacientes oncológicos que necessitam de plaquetas com maior frequência. Toda equipe técnica que atua na coleta de sangue foi capacitada para realizar o procedimento de aférese. Ao longo do ano foram realizadas 133 coletas.

Raphael Costa, que é colaborador do Hemopi e doa sangue, está entre esses doadores. Ele foi convocado para doar plaquetas por aférese pela primeira vez no ano passado. E ao longo do ano ele doou por 3 vezes. Essa modalidade de doação é feita através de convocação. Os doadores vão com hora marcada e de acordo com a necessidade. A vantagem da aférese é que o paciente com deficiência de plaquetas recebe a quantidade necessária com um número menor de transfusões.

Em 2023, o Piauí retoma a certificação para envio de Plasma excedente para a Hemobrás. E através de convênio com o Governo Federal, foram adquiridos dois novos congeladores Ultra Rápidos de Plasma no valor de R$ 114 mil, bem como outros equipamentos que somam mais R$ 43.479,00 e permitiram mais agilidade nos processos técnicos.

Outra ferramenta que veio fortalecer o Ciclo do Sangue foi a assinatura do Protocolo Estadual de Transfusão Segura (PETS), elaborado em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM/PI), Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren/PI), Fundação Municipal de Saúde (FMS) e Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado do Piauí (Divisa/PI). O objetivo é a melhoria das práticas de segurança para minimizar os incidentes transfusionais dentro das redes de saúde do estado.

“O PETS foi instituído para padronizar todas as ações médicas, de enfermagem e técnicos de enfermagem para que possamos ter um ato transfusional seguro, resolutivo e que todos os nossos pacientes possam ter a certeza de que estão recebendo um produto de qualidade na nossa rede. O sangue é problema nosso e temos a responsabilidade sobre o produto que distribuímos, mas os mesmos padrões precisam ser seguidos pelo médicos que prescrevem a transfusão e os profissionais de enfermagem e técnicos que estão na ponta dessa rede de saúde”, explica a gerente técnica do Hemopi, a médica hematologista Karina Nava.

No Laboratório Imuno-Doador houve a implantação do método de quimiluminescência, em fevereiro de 2023, para os testes de Doenças de Chagas, Sífilis e HTLV I/II. O Hemopi realiza os testes sorológicos de todas as amostras dos doadores, utilizando métodos seguros, de alta sensibilidade e especificidade, além dos testes de detecção do ácido nucleico viral – NAT para HIV, HCV (Hepatite C) e HBV (Hepatite B), e Malária ampliando a segurança transfusional.

“Tivemos um avanço em qualidade, no processamento de amostras de sangue dos doadores de sangue do Estado, pois através dessa metodologia conseguimos empregar uma maior rapidez na liberação dos resultados, menor interferência humana na testagem e rastreabilidade de todas as etapas da análise”, explica o coordenador do laboratório, Abílio Neto.

Serviço Ambulatorial

O Hemopi é referência dentro do SUS para o atendimento de pacientes com doenças hematológicas e coagulopatias. Em 2023, foram realizados 13.446 atendimentos pela equipe multidisciplinar formada por médicos hematologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais, fisioterapeutas e psicólogos. E 10.708 exames e procedimentos.

O Ambulatório passou a atender consultas de Nutrição e Fisioterapia para toda a rede do estado do Piauí, não só para os pacientes acompanhados pelo ambulatório do Hemopi. Além de passar a realizar transfusões de sangue e sangrias terapêuticas prescritas por médico hematologista também em pacientes externos, incluindo os oncológicos.

Entre as coagulopatias que são referenciadas para o Hemopi está a Hemofilia. Para atender urgências desses pacientes em outras unidades de saúde, o Hemopi possui uma escala de plantão com médico hematologista que funciona 24 horas, assim como para o procedimento terapêutico de plasmaférese.

 

 

 

 

 

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