Minas Gerais é o estado com o maior número de obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), considerado a vitrine do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. São 1.172 projetos no estado, que vão desde abastecimento de água e esgotamento sanitário a geração de energia e educação. Paralelamente, Minas tem uma das maiores dívidas com a União, na ordem de R$ 165 bilhões, cuja solução ainda é indefinida.
As informações constam no mapa de obras por estados, coordenado pela Casa Civil da Presidência da República. O novo PAC vai investir R$ 1,7 trilhão, sendo R$ 1,4 trilhão até 2026 e R$ 300 milhões após o término do terceiro mandato de Lula. A iniciativa prevê obras em todas as regiões, em áreas como saúde, educação, transportes, defesa e segurança energética.
Em relação a valores, Minas Gerais é o terceiro da lista entre os estados do Sudeste, com R$ 171,9 bilhões – Rio de Janeiro deve receber R$ 342,6 bilhões; São Paulo, R$ 179,6 bilhões; e Espírito Santo, R$ 65,9 bilhões. Obras em rodovias, transmissão de energia, atenção primária, cultura, educação básica, entre outras áreas, constam no mapa de serviços no estado governado por Romeu Zema, que é crítico de Lula.
Os empreendimentos incluem obras como ampliação e melhorias da BR-262 (trecho de João Monlevade ao Espírito Santo), pavimentação da BR-367 (dos trechos Salto da Divisa a Almenara e Virgem da Lapa a Berilo), adequação e restauração da BR-153, relicitação da BR-262, concessão da rodovia BR-381, projeto hidrográfico do Jequitaí, barragem rio Gravatá, manutenção da concessão do metrô de Belo Horizonte.
Sobre número de obras, São Paulo (951 obras) e Bahia (847 obras) vêm em seguida na lista. Entre os menos beneficiados, aparecem o Distrito Federal (31 empreendimentos), Amapá (58 empreendimentos) e Roraima (68 empreendimentos).
Lula tinha a primeira viagem marcada para Minas Gerais em setembro do ano passado, mas cancelou devido às cirurgias de artroplastia e blefaroplastia. Neste ano, o presidente vai diminuir o ritmo de agendas internacionais e participar mais em compromissos pelo Brasil. Não há evento agendado para o estado mineiro. A equipe monitora e analisa as datas apropriadas para cada região do país.
Como mostrou o R7, para este ano o foco estará nas eleições municipais e nas entregas do PAC. O Executivo dividiu essa versão do programa em nove eixos de atuação: inclusão digital e conectividade, saúde, educação, infraestrutura social e inclusiva, cidades sustentáveis e resilientes, água para todos, transporte eficiente e sustentável, transição e segurança energética e defesa.
O presidente Lula analisa a resposta, entregue pelo presidente do Senado, que visa solucionar a dívida de R$ 165,77 bilhões de Minas Gerais com a União. Um dos principais pontos da proposta envolve a federalização de empresas estatais mineiras como forma de abater a dívida do governo estadual.
Pela ideia, as estatais mineiras serão vendidas à União pelo valor de mercado, com o compromisso da União de reversão do ativo dentro de Minas Gerais e desconto do saldo remanescente da dívida para o pagamento em dez anos. O texto também tem uma cláusula que garante a recompra das estatais pelo governo mineiro dentro de 20 anos.
Lula criticou o governador mineiro, Romeu Zema, por não comparecer em reuniões que visam debater a questão da dívida. “Quero agradecer ao presidente do Senado porque eu estou na presidência há dez meses, [e] eu ouço o [Fernando] Haddad dizer, de vez em quando, que tem tentado discutir a dívida dos estados com os governadores. E é importante lembrar que o governador de Minas Gerais não compareceu em nenhuma reunião. Ele mandou o vice”, disse o presidente.