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Justiça manda soltar empresário de Alexandre Pires, preso em operação da PF contra garimpo ilegal

Matheus Possebon é investigado, junto com o cantor, por envolvimento em esquema ilícito em terras indígenas

A Justiça Federal aceitou na noite desta sexta-feira (8) o pedido de habeas corpus de Matheus Possebon, empresário do cantor Alexandre Pires, preso durante a Operação Disco de Ouro. Os dois são investigados pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento em um esquema de garimpo ilegal em terras indígenas.

 

Além de Possebon, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) mandou soltar Christian Costa dos Santos, empresário da mineradora Betser, que também é investigado.

Em nota, a defesa de Alexandre Pires alegou que o cantor é inocente e negou qualquer envolvimento “com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena”.

Na segunda-feira (4), policiais cumpriram dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). A Justiça Federal também autorizou o bloqueio de até R$ 130 milhões em bens dos investigados.

Alexandre Pires teria recebido, segundo apuração, pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. Já Matheus Possebon é suspeito de financiar o garimpo na Terra Indígena Yanomami. O empresário seria um dos “responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes”, afirma a PF.

A investigação foi aberta depois que a Polícia Federal apreendeu, em janeiro de 2022, quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente na sede de uma das empresas suspeitas. O carregamento seria enviado ao exterior.

A cassiterita é encontrada na forma de rocha bruta. Ela costuma ser vendida como pó concentrado, obtido após o processo de mineração. Também é útil para a extração de estanho.

A PF afirma que os investigados teriam montado um esquema para dar aparência de legalidade ao garimpo. A cassiterita seria extraída do território yanomami, em Roraima, mas declarada no papel como originária do rio Tapajós.

“Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas”, diz o comunicado divulgado pela PF.

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