Mayra Aguiar conseguiuneste domingo (3) mais uma conquista importante na carreira. A judoca, dona de sete medalhas em Campeonatos Mundiais e outras três em Olimpíadas, foi campeã do Grand Slam de Tóquio, uma das competições mais tradicionais do judô, e se tornou, assim, a primeira brasileira da história a atingir o feito.
No masculino, o país tem o título de Sérgio Pessoa em 1986, quando o evento ainda se chamava Copa Jigoro Kano. No primeiro dia de competições, no sábado, o Brasil conseguiu uma medalha de prata com Jessica Lima, na categoria até 57kg.
Mayra não disputou o Campeonato Mundial deste ano, em maio, no Catar, pois estava se recuperando de algumas pequenas lesões. Voltou a lutar em setembro, com o bronze em uma etapa do Grand Slam e o título do Campeonato Pan-Americanos. Tóquio foi apenas a terceira competição internacional da gaúcha, com o terceiro pódio.
A campanha de Mayra em Tóquio começou com vitória nas punições sobre a russa Antonina Shmeleva.
Nas fases seguintes, a chave traduziu o que é o Grand Slam de Tóquio, colocando duas japonesas no caminho da brasileira. Nenhuma delas chegou a ameaçar Mayra nas lutas.
Primeiro, ela projetou Mizuki Sugimura por ippon e seguiu para o combate com Mami Umeki. Umeki tem três medalhas mundiais, sendo um ouro em 2015, um bronze em 2021 e a prata de 2017, onde perdeu a final da mesma forma para Mayra Aguiar. Tinha tudo, portanto, para ser um duelo equilibrado.
A luta, contudo, não durou muito tempo. No primeiro ataque, Mayra acertou um golpe na perna de apoio da japonesa e completou o desequilíbrio forçando a adversária para trás, caindo direto de costas ao solo. Isso tudo em, aproximadamente, sete segundos de combate.
Até Mayra pareceu surpreender-se com a vitória relâmpago. Comemorou brevemente de forma contida e logo retomou o foco. Ainda faltava a luta mais importante.
O duelo final pelo prestigioso título no Japão foi contra a israelense Inbar Lanir que, neste ano, conquistou o ouro no Mundial de Doha e no World Masters, que não tiveram a participação da brasileira.
Isso porque, Mayra focou em poucas competições neste ano e acertou no alvo em todos os “tiros” que deu. Foi campeã pan-americana e bronze no Grand Slam de Baku, em setembro. Escolheu Tóquio como o maior desafio de 2023 e cumpriu a meta.
Derrubou Lanir lateralmente, marcando um waza-ari nos primeiros minutos da final. Seguiu muito superior na estratégia de pegadas e não permitiu que a israelense entrasse nenhum golpe. No final, atacou e tentou uma chave de braço fazendo o tempo jogar a seu favor e foi isso.
“Mais um objetivo cumprido”, foi o que ouviu da treinadora da seleção, Andrea Berti, parabenizando a atleta ao sair do tatame.