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Justiça espanhola nega novo pedido de liberdade provisória a Daniel Alves

Por causa da fortuna acumulada durante a carreira como jogador, Judiciário teme que o atleta fuja do país caso seja libertado

O Tribunal Provincial de Barcelona negou, nesta segunda-feira (27), um novo pedido de liberdade provisória a Daniel Alves, que responde a uma acusação de agressão sexual e está detido preventivamente em um presídio da cidade catalã desde janeiro deste ano.

 

O jogador alega que a relação sexual entre ele e a denunciante foi consensual. Assim como nas outras ocasiões em que a defesa do lateral-direito de 40 anos tentou libertá-lo, a Justiça espanhola justificou a necessidade de mantê-lo na prisão e ressaltou o fato de que ele tem recursos financeiros suficientes para planejar uma fuga do país.

“Com base no que foi afirmado no recurso [de defesa], as circunstâncias tidas em conta para considerar a existência daquele risco [de fuga] não se alteraram”, diz o despacho do juiz de instrução responsável pelo caso, conforme publicado nesta segunda pelo jornal espanhol La Vanguardia, que teve acesso ao documento.

O texto também ressalta que a proximidade da data do julgamento, previsto para ocorrer entre o fim deste ano e o início de 2024, “aumenta o risco de fuga acima mencionado” e acrescenta que apenas “a prisão preventiva pode evitar esse risco, sobretudo quando estamos a um passo do julgamento, tendo o Ministério Público já apresentado a acusação”.

A denúncia do MP espanhol citada pelo juiz pede nove anos de prisão para Daniel Alves e 150 mil euros de indenização pagos à mulher que acusa o jogador de estuprá-la no banheiro de uma casa noturna de Barcelona. Além disso, o Ministério Público solicita dez anos de liberdade vigiada, após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar da vítima, assim como de se comunicar com ela, pelo mesmo período.

RELEMBRE O CASO

O caso teve sua primeira repercussão na imprensa espanhola ainda no ano passado. No dia 31 de dezembro, o diário ABC revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na boate Sutton no dia anterior. A mulher esteve acompanhada por amigas a todo o instante, e a equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d’Esquadra), que colheu o depoimento da vítima.

No dia 10 de janeiro, a Justiça espanhola aceitou a denúncia e passou a investigar o jogador brasileiro, que por muitos anos defendeu a camisa do Barcelona. Inconsistências nas versões dadas pelo atleta à Justiça, além da possibilidade de fuga do país europeu, fizeram com que a juíza Maria Concepción Canton Martín decretasse a prisão no dia 20 de janeiro, uma sexta-feira, após depoimento.

Durante o período em que está recluso, o brasileiro mudou o seu depoimento por mais de uma vez, trocou de advogado de defesa e teve negado outros recursos para responder à acusação em liberdade. Além disso, entrou em um processo de divórcio da modelo e empresária espanhola Joana Sanz, que acabou não sendo levado adiante. Nas contradições, Daniel Alves chegou a dizer que não conhecia a mulher que o acusava; depois, argumentou que houve relação sexual com ela, mas de forma consensual.

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