O grupo terrorista palestino Hamas informou que decidiu atrasar a entrega de reféns até que Israel “respeite” o acordo, segundo as últimas atualizações da AFP. Autoridades israelenses confirmaram à AFP que os reféns ainda não haviam sido entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
A ala militar do Hamas afirmou que vai adiar a libertação dos 13 reféns israelenses previstos para serem soltos neste sábado (25) até que Israel “cumpra os termos do acordo relacionado com a entrada de caminhões de ajuda no norte da Faixa de Gaza e devido ao não cumprimento das normas acordadas para a libertação de prisioneiros”.
As brigadas Ezzedine al Qassam pedem especialmente “a entrada de caminhões de ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza” e o respeito aos “critérios de seleção” para a libertação dos presos palestinos, disseram em um comunicado.
Em sua defesa, Israel afirmou que permitiu a entrada de 200 caminhões diários na Faixa, conforme exigido pelo acordo, e a ligação militar COGAT de Israel junto dos palestinos anunciou anteriormente que 50 desses caminhões chegaram ao norte de Gaza.
Na sexta-feira (24), primeiro dia do acordo entre Israel e Hamas, Israel libertou 39 palestinos que estavam detidos em prisões israelenses em troca da soltura de 13 reféns israelenses — todas mulheres, crianças ou idosos. As vítimas ficaram 49 dias sob custódia do grupo terrorista, que se infiltrou no sul de Israel e lançou um ataque-surpresa no último dia 7 de outubro. Na ocasião, os terroristas realizaram massacres e sequestraram 242 reféns, entre israelenses e estrangeiros.
Além dos 13 israelenses, dez tailandeses e um um filipino que estavam sendo mantidos reféns pelo Hamas foram libertados pelo grupo terrorista. O Exército de Israel confirmou que o grupo chegou ao território israelense por volta das 19h (14h, no horário de Brasília) desta sexta-feira (24).
Os reféns soltos cruzaram a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, pouco antes das 18h (13h em Brasília), em veículos da Cruz Vermelha, organização humanitária responsável pelo transporte deles até as autoridades israelenses. Eles foram submetidos a uma avaliação oftalmológica inicial, pois ficaram por muito tempo em locais escuros (túneis e abrigos subterrâneos). Em seguida, foram encaminhados à base aérea de Hatzerim, no sul de Israel.