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GM demite mais de 1.000 funcionários no Brasil, dizem sindicatos

Trabalhadores das fábricas de São Caetano e São José dos Campos entraram em greve por tempo indeterminado no início da semana

A General Motors do Brasil demitiu mais de mil funcionários de suas fábricas em São José dos Campos e São Caetano do Sul, no estado de São Paulo, informaram sindicatos de trabalhadores, após a queda nas vendas e nas exportações da montadora americana.

 

Foram confirmados 800 cortes na fábrica de São José dos Campos, segundo o sindicato de metalúrgicos da região nesta quarta-feira (25). Na véspera, o diretor-executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Agamenon Alves, havia dito à Reuters que mais de 200 pessoas tinham sido demitidas na planta de São Caetano do Sul.

Nesta terça-feira (24), a GM disse que a queda nas vendas e nas exportações levou a montadora a “adequar seu quadro de empregados” nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, todas em São Paulo.

“Essa medida foi tomada após várias tentativas atendendo às necessidades de cada fábrica, como lay off, férias coletivas, day off e proposta de um programa de desligamento voluntário”, disse a GM em nota.

A unidade de São Caetano do Sul emprega aproximadamente 7.200 funcionários, e a de São José dos Campos, cerca de 4.000 trabalhadores diretos, de acordo com os sindicatos.

Funcionários de ambas as fábricas da GM no Brasil entraram em greve por tempo indeterminado no início da semana, após o anúncio, por meio de telegrama, da demissão em massa no fim de semana passado.

Nesta quarta-feira, metalúrgicos da unidade de São José dos Campos realizaram um ato em frente à fábrica contra as demissões feitas pela montadora.

João Pedro, de 30 anos, e sua esposa foram duas das centenas de trabalhadores demitidas da GM no fim de semana.

“Eu iria completar três anos na fábrica, minha esposa iria completar cinco… Nós estávamos de lay off, exatamente porque nosso filho estava com 6 meses, estava com complicações”, disse, e acrescentou que o período afastado das funções seria para que eles pudessem cuidar do filho.

“Estava assegurado para nós, coletivamente, em acordo com o sindicato, a nossa estabilidade e a nossa volta em dezembro, possivelmente, mas a gente foi surpreendido agora neste fim de semana com esse telegrama.”

Em um gesto simbólico, os trabalhadores penduraram cerca de cem uniformes de trabalho com mensagens de luta na portaria da fábrica da GM.

“Nós vamos fazer protesto, manifestações, e vamos continuar com essa greve até que esse quadro se reverta e cancelem as demissões”, disse Renato Almeida, trabalhador da GM e diretor do sindicato de metalúrgicos da região.

A GM disse que suas fábricas em Gravatai (RS), Joinville (SC) e Sorocaba (SP) permanecem operando normalmente.

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