O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou, nesta terça-feira (24), um programa que promete investir R$ 1,75 bilhão em 430 mil famílias do semiárido nordestino, em iniciativas que levem ao aumento da resiliência climática da população rural da região Nordeste. Foi o primeiro evento público presencial de Lula no Palácio do Planalto desde as cirurgias que fez, no fim de setembro. O petista, no entanto, não discursou. O lançamento do projeto Sertão Vivo reuniu o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, governadores e ministros.
O objetivo do programa, aprovado pelo Congresso Nacional em agosto, é apoiar a população rural do semiárido nordestino, incluindo agricultores familiares, assentados da reforma agrária e comunidades tradicionais, como povos indígenas, fundo de pasto e quilombolas. O projeto, que deve beneficiar diretamente cerca de 1,8 milhão de pessoas, é acompanhado pelo Consórcio Nordeste.
De acordo com a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, 75% dos beneficiários do Sertão Vivo estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), conjunto de informações do governo federal sobre pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza.
Os beneficiados deverão adotar práticas de acesso à água, aumento da produtividade e da segurança alimentar das famílias participantes, ampliação à resiliência dos sistemas de produção agrícola, restauração de ecossistemas degradados e promoção da redução das emissões de gases do efeito estufa.
Durante o evento, Lula assinou um contrato de financiamento entre o BNDES e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). O presidente anunciou, ainda, a ampliação do projeto com recursos próprios do BNDES e dos quatro estados classificados no edital.