Seis pessoas suspeitas de terem participado da morte de Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do Equador nas eleições deste ano, foram mortas na prisão, de acordo com as autoridades do país. Um comunicado foi publicado na noite desta sexta-feira (6).
Villavicencio foi assassinado em agosto, a poucos dias da eleição, quando deixava um comício em Quito. O candidato foi alvo de um ataque a tiros.
De acordo com o departamento do governo que cuidada das pessoas privadas de liberdade, os presos foram mortos dentro de uma penitenciária de Guayaquil, na região sudoeste do país.
Os presos foram mortos na tarde desta sexta-feira. As autoridades informaram que todos os assassinados são colombianos.
“O governo nacional condena o ocorrido e reforça sua vontade política para colaborar com as investigações pertinentes a fim de identificar os responsáveis intelectuais do crime contra o ex-candidato”, diz um comunicado.
Em uma rede social, o presidente Guillermo Lasso afirmou que ordenou uma reunião imediata do Gabinete de Segurança após o ocorrido.
“Nem cumplicidade nem encobrimento, aqui a verdade será conhecida”, escreveu.
O caso
Fernando Villavicencio foi assassinado no dia 9 de agosto. Imagens feitas naquele dia registraram o momento em que o candidato deixa um comício e entra em um carro. Depois disso, vários disparos de arma de fogo foram feitos.
O candidato foi baleado na cabeça e não resistiu aos ferimentos. No mesmo dia, seis colombianos foram presos. Um outro suspeito morreu em um confronto armado com seguranças de Villavicencio.
Ex-jornalista e ex-sindicalista, Villavicencio tinha 59 anos e, durante carreira, fez denúncias contra o governo. Ele chegou a ser condenado por injúria, em 2014.
Já entre 2021 e 2023, atuou como deputado federal. Ele se declarava como defensor das causas sociais indígenas e dos trabalhadores.
Após a morte, Villavicencio foi substituído por Christian Zurita na chapa presidencial. Ele ficou em terceiro lugar na disputa. O segundo turno das eleições está marcado para 15 de outubro e será entre a esquerdista Luisa González e o direitista Daniel Noboa.
O Equador enfrenta há anos uma onda de violência ligada ao narcotráfico, principalmente por ter se tornado uma rota importante de transporte da droga para os Estados Unidos e por ter recebido grupos criminosos vindos da Colômbia.
No fim de setembro, a viúva de Fernando Villavicencio também foi alvo de um atentado em Quito, mas não se feriu.