O Partido Popular (PP) de Alberto Nuñez Feijoó venceu as eleições desde domingo (23) na Espanha, com 136 cadeiras no Parlamento. No entanto, o país vive um impasse, já que os partidos de direita não alcançaram as 176 cadeiras necessárias para formar um governo de coalizão.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), do atual presidente Pedro Sánchez, elegeu 122 deputados. Sánchez buscava a reeleição e conseguiu uma sobrevida com o resultado deste domingo.
O Vox, de extrema-direita, conseguiu 33 assentos – 19 a menos do que tinha antes -, e o Sumar, de esquerda, alcançou 31 assentos. Apesar de terem feito um acordo anterior, PP e Vox não conseguiram, juntos, alcançar 176 parlamentares.
Por isso as próximas semanas serão essenciais para saber se haverá a formação de um governo de coalizão. Se isso não acontecer, novas eleições poderão ser convocadas.
O líder do Vox, Santiago Abascal, disse que o atual presidente Pedro Sánchez pode bloquear a formação de um novo governo de direita, apesar de ter perdido a eleição.
Atualmente, o governo é controlado por uma aliança de esquerda liderada pelo Psoe – Pedro Sánchez, o presidente, é o líder do partido (a Espanha é parlamentarista, mas o cargo de chefe de governo tem o nome de presidente, e não primeiro-ministro).
O conservador Partido Popular liderou a maioria das pesquisas durante a campanha.
Maior participação do que em 2019
As urnas foram fechadas às 20h00 (15h00 em Brasília) e duas horas depois mais da metade dos votos já havia sido contabilizada. 37,5 milhões de eleitores foram convocados para renovar os 350 assentos do Congresso dos Deputados por mais quatro anos e eleger 208 senadores.
Em um dia de muito calor no verão, os centros de votação estiveram muito movimentados nas primeiras horas, e a participação durante todo o dia foi de quase 70%, superior à das eleições de 2019 (66,23%).
Devido às férias, principalmente, 2,5 milhões de pessoas votaram por correio, um recorde.
Após votar em Madri, o líder de direita Alberto Núñez Feijóo afirmou que “a Espanha pode iniciar uma nova era”.
“O que vai acontecer aqui hoje será muito importante, não apenas para nós, logicamente, mas também para o mundo e para a Europa”, disse, por sua vez, o presidente do governo em exercício, o socialista Pedro Sánchez, no cargo há cinco anos.
A possibilidade de uma aliança entre a direita e o partido ultranacionalista e ultraconservador Vox, que questiona a noção de violência de gênero, é cético em relação às mudanças climáticas, é abertamente antiaborto e rejeita o movimento LGBTQIA+, despertou grande interesse fora da Espanha.
Isso significaria o retorno da extrema direita ao poder pela primeira vez desde a ditadura de Francisco Franco (1939-1975).
*AE