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Arte, grafismos e cosmologias indígenas no Eu, Oca

Um pouco de cultura, troca de energia e boa acolhida. É o que se pode resumir da oficina “Arte, grafismos e cosmologias indígenas”, ministrada dias 25 e 26 de maio, pela artista plástica,  Alexandra Krenak.

Filha de pai da etnia Krenak e de mãe Guarani, Alexandra encantou os alunos da oficina ao apresentar um pouco da cultura dos povos de suas duas etnias.

“Em dois dias não dá para ensinar com profundidade, mas os alunos levam um pouco da nossa etnia. Minhas duas avós Jandira (Tupi) e Teresa (Krenak) me passaram os traços importantes da cultura. São coisas que não existem em livros e elas não deixaram a cultura morrer e hoje eu tenho a oportunidade de repassar essa cultura”, lembra Krenak, ao destacar que a cultura Krenak foi muito dizimada pelos não indígenas.

A oficina realizada nas manhãs de quarta e quinta-feira estava com a sala cheia: 32 alunos, dentre estudantes, trabalhadores do comércio,  educadores e professores da Universidade Federal do Piauí aprenderam um pouco do canto, dos grafismos e da energia dos povos originários.

O poeta e compositor, Thiago E disse que a oficina lhe proporcionou conhecer melhor a cultura dos povos Guarani e dos povos Krenak. “Estou aprendendo bastante, ainda mais com uma cultura que não  está escrita, e  é  transmitida, oralmente, através de muitas gerações”, revela.

Ele defende a aproximação dos povos não indígenas com os povos originários. “Precisamos entender que a causa indígena pela terra é uma causa de todos porque são saberes ancestrais e milenares”, reforça o poeta, ao lembrar que no Brasil, existe o hábito das pessoas observarem a cultura de outros países em detrimento da riqueza cultural dos povos indígenas “Esta oficina nos traz essa observação e nos faz refletir sobre essa temática”.

Com grafismo no rosto  (com a simbologia de guerreiro), o estudante Carlos Vinícius, 16 anos, aluno do curso Técnico em Contabilidade, chegou à oficina com entendimento distorcido, em que se  denominam os povos indígenas de ‘tribo’ ou ‘índio’. Ele revela que os novos conhecimentos abriram a sua visão sobre os povos originários, a importância da cultura e de ações como o projeto Eu, Oca que o Sesc no Piauí realiza, promovendo um espaço de debate da temática dos povos originários.

“Esse grafismo tocou muito a minha vida porque eu venho passando por dificuldades e agora estou me sentindo melhor”, finaliza o estudante.

Fonte: Ascom

 

 

 

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