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Adriana Belém: Quem é a delegada que tinha R$ 1,8 milhão em casa?

Presa nesta terça-feira (10) após operação do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), a delegada de polícia licenciada Adriana Belém tem como hábito dividir a vida agitada com seus 159 mil seguidores no Instagram. Em fotos e vídeos, ela ostenta uma vida de luxo e diversão em festas e pagodes.

A policial é acusada de corrupção passiva por receber propina para liberar máquinas caça-níquel apreendidas na 16ª DP em 2018. Presa hoje com cerca de R$ 1,8 milhão em espécie em sua casa, em um condomínio na Barra da Tijuca, Adriana, que atuou como delegada por 23 anos, decidiu se afastar da 16ª DP dois anos depois, quando seu braço direito foi preso por suspeita de envolvimento com uma milícia.

Dona de um estilo extravagante, Adriana também chama atenção pelos colares, anéis e roupas coloridas. Em 2017, um vídeo dela sentada no colo do ex-jogador Adriano Imperador, em uma festa, viralizou nas redes sociais. Os dois são amigos de longa data.

Na ocasião, internautas chegaram a especular que a delegada havia livrado Adriano de suposta investigação que o relacionava ao tráfico de drogas. A informação foi desmentida. O ex-jogador já referiu a Adriana como uma “segunda mãe ou madrinha”.

O último evento postado em seu perfil do Instagram foi o Carnaval. Ela aparece na Marquês de Sapucaí com credenciais da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) ao lado do filho e de pessoas famosas, como o surfista e ex-BBB Pedro Scooby. Há fotos também em camarote no Sambódromo.

Salários na prefeitura e na polícia
Antes de ocupar a cadeira de delegada de polícia, Adriana trabalhou como carcereira. Foi em 1997, que ela foi aprovada no concurso para delegados no RJ.

A última delegacia pela qual passou foi a da Barra da Tijuca (16ª DP), na zona oeste do Rio, bairro onde mora. Em 2020, ela deixou o cargo após seu braço direito na unidade e chefe do Setor de Investigação, Jorge Camilo Alves, ser preso na Operação Intocáveis 2.

Na ocasião, ele foi um dos 33 detidos na operação contra a milícia de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio. Alves foi flagrado em conversas telefônicas com Ronnie Lessa, PM reformado réu pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

Atualmente, longe da Polícia Civil, Adriana ocupava cargo de assessora na Secretaria Municipal de Esportes com salário de R$ 10 mil brutos. A prefeitura decidiu exonerar a policial após a operação.

Apesar de licenciada da Polícia Civil, ela também recebe salário de R$ 27 mil líquidos da corporação.

Casos de milícia e contravenção
Entre os últimos grandes casos que Adriana comandou está a investigação sobre os prédios que desabaram, em 2019, na comunidade da Muzema —área comandada por milícia na zona oeste.

Na ocasião, a delegada identificou o construtor José Bezerra Lira, conhecido como Zé do Rolo, e os vendedores de imóveis Rafael Costa e Renato Ribeiro, como responsáveis pelos empreendimentos. Eles foram indiciados por homicídio doloso (com intenção de matar).

Ao todo, 20 pessoas morreram no desabamento dos prédios. A região é controlada por milícias, que promovem a construção irregular e ilegal de imóveis em áreas de preservação ambiental e sem autorização de órgãos públicos.

Adriana Belém também esteve à frente das investigações sobre a tentativa de homicídio qualificado contra Shanna Harrouche Garcia Lopes, filha do contraventor Waldemir Paes Garcia, o Maninho, morto em 2004, e sobrinha de Alcebíades Paes Garcia, o Bid, também envolvido com o jogo do bicho e assassinado em fevereiro de 2020.

Adriana Belém será representada pelas advogadas Luciana Pires, que também defende o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso da rachadinha, e Sandra Almeida. Elas relataram à colunista Juliana Dal Piva que a origem do dinheiro aprendido em sua casa será esclarecida nos autos e que não há necessidade da prisão. Por isso, as defensoras vão entrar com um pedido de habeas corpus.

Fonte: globo.com

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