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BATALHA DO JENIPAPO – O PIAUÍ NA LUTA PELA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Não faz muito tempo, o Brasil inteiro viveu as comemorações dos 500 anos desde que Pedro Álvares Cabral aqui aportou com suas embarcações, assinalando, oficialmente, o descobrimento desta terra em que “se plantando tudo dá”. Daquele impensável 22 de abril de 1500, data do descobrimento, até 7 de setembro de 1822, momento do Grito de Ipiranga, foram 322 anos, 4 meses e 15 dias sob gestão da Coroa Portuguesa, todas as riquezas potenciais aqui existentes foram exaustivamente exploradas, a exemplo do pau-brasil, do ouro e da cana-de-açúcar.

A declaração de independência aconteceu com significativo atraso. Enquanto pode, Portugal impôs a completa ignorância a esta e sobre esta terra abençoada, onde somente nos primórdios do Século XIX aqui se pode estudar nos graus superiores, e até mesmo o ensino elementar; e viver no universo cultural, com o acesso à sua atividade tipográfica e, também e consequentemente, à sua imprensa, sua literatura, enfim, sua literatura.

A capacidade de interpretar o significado do processo de afastamento integral – física e espiritualmente, do Brasil em relação a Portugal, permite que se compreenda a razão de tantos atrasos nos segmentos e fatores essenciais do desenvolvimento desta nação. Um destes é a chegada tardia da Academia ao Brasil, que somente foi ofertada a partir de 1808, quando aqui se refugiou Dom João VI e sua corte – mais de 30 mil portugueses, que fugiam de sua pátria temerosos de Napoleão Bonaparte e do julgo francês.

No Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, se somaram aos 15 mil brasileiros ali residentes, desalojando muitos destes posto que não havia habitação para todos. Daquele momento até 1821, quando esta ocupação teve fim, muito se experimentou em progresso, diante, lógico, do que antes havia. Logo no ano seguinte, consagrado Príncipe Regente pelo pai, João VI, Pedro I declarou a independência do Brasil, quando se tornou Imperador do Brasil até 1831, quando renunciou ao trono em favor de seu Pedro II, e partiu para Portugal deixando os filhos no Brasil. O pequeno Pedro II era o filho mais jovem – tinha apenas 5 anos de idade. Reinou por quase 60 anos.

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

O evento foi impositivo. Pedro I não pretendia seguir as diretrizes ditadas a partir de Portugal. Pretendeu-se independente da Coroa antes e acima de tudo. Com isso, teve de fazer independente a colônia. Senhor absoluto no Brasil, não encontrou resistências para declarar o Brasil independente, acontecendo no Piauí, na chamada Batalha do Jenipapo, o conflito de referência no processo de distanciamento e de soberania em relação a Portugal.

É disso que trataremos na próxima abordagem – da sangrenta Batalha do Jenipapo, acontecida no Município de Campo Maior, a 13 de março de 1823, quando pessoas do povo – agricultores, fazendeiros, gente do campo, sem experiência alguma em atividades do tipo, do Ceará, Maranhão e Piauí, se confrontaram com as tropas portuguesas, sob o coimando do Major João José da Cunha Fidié.

Pela importância da Batalha na configuração histórica nacional, tem o governo estadual do Piauí dedicado suma importância à data, incentivando produções culturais as mais diversas tratando daquela batalha, para que o sentimento de brasilidade, de respeito e consideração ao esforço dos que tombaram e/ou tomaram parte daquela luta heroica, seja sempre e mais avivado e presente no conhecimento e na consciência dos que por aqui habitam.
Até a próxima sexta-feira, dia 18 de março.

 

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