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A necessidade (sempre atual!) da Literatura

Uma série de estudos aponta para o fato inquestionável de que a literatura perdeu a centralidade da vida cotidiana das pessoas letradas. No século 19, por exemplo, estas pessoas costumavam discutir fervorosamente o ‘último romance’ escrito por fulano ou beltrano. Dizem os acadêmicos que uma coisa desse tipo seria impensável nos dias de hoje.

O século 20 introduziu o ‘império da imagem’ (cinema, TV, vídeo-game, internet),
varrendo a leitura de literatura para debaixo do tapete das preocupações cotidianas. Mas se é assim, como explicar, por exemplo, o fato de meninos e meninas de 13, 14, 15 anos debruçarem-se por horas sobre grossos volumes de 600, 700 páginas de Harry Potter e de O Senhor dos Anéis? E o que dizer das inúmeras feiras e salões de livros por todo o país, centenas de sites, blogs e podcasts tratando somente de …Literatura?!

Aqui colocamos nossa tese: é preciso investir em literatura/leitura junto às crianças/adolescente/jovens desde todo o sempre. Uma boa formação em letramento proporcionada a professoras primárias é fundamental para que venhamos a ter bons leitores formados por estas professoras.

Voltando ao primeiro parágrafo deste texto. Teóricos da comunicação são unânimes em afirmar que a imagem não se esgota em si mesma. Por exemplo, ao nos depararmos com uma imagem, uma fotografia, quase sempre nos perguntamos quando e onde ela foi ‘feita’. Não à toa, as fotografias em livros, revistas e jornais vêm sempre acompanhadas de uma descrição (a legenda). É a legenda que atualiza a foto. Além disso, as pessoas costumam comentar as fotos fazendo uso de… Palavras!.

Mestre Paulo Freire, que era um encantador de palavras, criou o conceito de ‘palavra mundo’. Trocando em miúdos é como se o mundo instigasse no âmago humano um estado psíquico que forçosamente desembocasse em palavras cujo significado está profundamente ligado à vida das pessoas.

Estudos em neurociência mostram que a leitura ajuda a, digamos, oxigenar o cérebro, a treinar a memória e, possivelmente, também ajudaria a evitar ou retardar o mal de Alzheimer. Além disso, a leitura torna seu usuário alguém com um vocabulário mais amplo, mais articulado e com maior capacidade de síntese, além de desenvolver a imaginação.

Didaticamente a leitura pode ser ‘técnica’ (busca por informação) e ‘fruitiva’ (que produz prazer, satisfação). A leitura de literatura pertence ao segundo caso. Seja como for, leiamos, leiamos e leiamos; literatura também.

Ernâni Getirana é professor, escritor e poeta e escreve às quintas-feiras para essa coluna. / twitter @GetiranaDe, insta: @ernanigetirana / face: Ernani Getirana

Foto: Ernâni Getirana

 

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