Os desfiles das escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro foram adiados para o mês de abril, na semana do feriado de Tiradentes. A decisão foi tomada em reunião online com a presença dos prefeitos Ricardo Nunes (MDB) e Eduardo Paes (PSD-RJ), além dos secretários de saúde das respectivas capitais.
As novas datas para os carnavais de São Paulo, no Anhembi, e do Rio, na Sapucaí, são:
Quarta (20) – acesso
Quinta (21) – acesso
Sexta (22) – especial
Sábado (23) – especial
Domingo (24) – desfile das crianças
Terça (26) – apuração
Sábado (30) – desfile das campeãs
“Já vínhamos falando com o prefeito de São Paulo. Tivemos um incremento da doença nesse momento, mas é uma visão otimista [para abril]. O Carnaval ficaria muito em cima. A gente respeita a ciência, vamos tocar as medidas adequadas. E, ao mesmo tempo, mantendo a festa, celebrando a festa e em um momento muito melhor”, disse Eduardo Paes, em entrevista à GloboNews.
O prefeito disse que, à princípio, o feriado original permanece. “Mesmo ano passado, mesmo sem Carnaval, ele foi mantido. Temos certamente um encurtamento, mas não vai haver qualquer alteração no dia de trabalho das pessoas.”
Segundo Paes, a transferência do Carnaval de rua para abril será avaliado. “Vamos analisar isso [o Carnaval de Rua em abril]. Ele tem características muito diferentes. É uma decisão técnica a ser tomada”.
Em coletiva de imprensa após a reunião, Ricardo Nunes disse que a decisão foi tomada pela Secretaria de Saúde.
“A saúde chegou para mim e para o Eduardo e falou o seguinte: o que está previsto para final de fevereiro, vai ter que adiar. Vamos perguntar para Liga se existe a concordância e o apoio, a liga concordou. A gente não falou em carnaval de rua”, disse o prefeito.
Edson Aparecido, secretário da Saúde de São Paulo, disse que os desfiles das escolas e o Carnaval de rua “são duas coisas completamente diferentes”.
“O carnaval das escolas de samba você tem condições de estabelecer um controle sanitário para a realização do evento. É diferente do carnaval de rua de bloco onde é praticamente impossível estabelecer um controle sanitário”, declarou.
A Secretaria Municipal de Saúde da capital paulista divulgou na quarta-feira os protocolos que deverão ser seguidos nos desfiles. O documento já previa que o evento poderia ser adiado caso a situação epidemiológica na capital se agravasse.
Sidnei Carriuolo, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, julgou que a decisão pelo adiamento foi “acertada”.
“A liga da Escola de Samba tem muito carinho pelas equipes. E não seria agora que arriscaria alguma coisa que pudesse trazer algum prejuízo, mesmo quando a gente fala que um desfile envolve 50 mil pessoas por dia. E ainda vemos outros lugares com milhões de pessoas se aglomerando.”
Acusar que a covid foi disseminada pelo Carnaval é pejorativo. Somos escolas de samba, é uma identidade cultural. E jamais colocaríamos em risco as pessoas. É uma atitude acertada. Sidnei Carriuolo
Em nota, a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) também concordou com o adiamento do Carnaval e anunciou que abrirá um canal de informações para quem já adquiriu o ingresso.
Carnaval de rua já havia sido cancelado nas cidades
A Prefeitura de São Paulo anunciou no dia 6 o cancelamento dos blocos de rua no Carnaval da cidade. A informação foi divulgada pelo prefeito Ricardo Nunes após reunião em que se apresentou um estudo de vigilância epidemiológica.
41 blocos paulistanos já haviam anunciado que não desfilariam neste ano, mesmo que a prefeitura escolhesse manter a celebração. A lista de cancelamentos inclui o “Pipoca da Rainha” (Daniela Mercury), “Bloco do Alok”, “Bloco do Abrava” (Tiago Abravanel) e “Bloco do Kondzilla”.
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, anunciou no dia 4 o cancelamento do Carnaval de rua. O político explicou que a decisão foi tomada após uma reunião com os representantes dos blocos da cidade. Eram previstos 620 desfiles de 506 blocos na cidade, entre fevereiro e março deste ano.
Fonte: Folhapress