Conheci Eva Leite através dela mesma, em uma conversa que mantivemos pelo facebook. Isso já faz alguns anos. Na conversa ela dizia de sua vontade de vir a Pedro II (ela é natural de São Gonçalo, interior do município de Milton Brandão, Piauí) durante uma das edições do Festival de Inverno para lançar um de seus livros. Acho que por esse tempo ela vivia em Brasília ou São Paulo. Para encurtar a conversa, Eva veio de mala e cuia para Pedro II (e já participou do Festival com a APLA – Academia Pedro-segundense de Letras e Artes- e o Coletivo P2), embora de vez em quando vá passar uma temporada no DF.
Eva Leite é uma dessas mulheres intensas, sua condição de cadeirante não a impede se fazer o quê gosta, pintar (com a boca) e compor poemas, por exemplo. Sua disposição para a vida está em seu olhar e atitudes. Bem articulada com as palavras, culta, Eva (que é tetraplégica) sabe o quê quer em arte: exercer a sua ludicidade, diria mesmo exercer sua sensualidade. Estão aí suas telas e poemas que não nos deixam mentir.
“Fragmento de Flor”, que será lançado em breve na esteira de outros quatro, é seu terceiro livro de poesia. Segundo a própria autora ‘trata-se da história de uma florzinha’. O leitor poderá, mais uma vez, se deliciar com a poesia dessa mulher contemporânea, usuária de computador e de todas essas tecnologias, sabedora e batalhadora por seus direitos e espaços na sociedade, mas também o leitor/a leitora se deliciará com a beleza, a sutileza, o engendramento com as palavras e ideias de Eva Leite.
Ernâni Getirana, professor, poeta, escritor, presidente da APLA – Academia de Letras e Artes de Pedro II.