Após mal-estar na cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão, compartilhou com os colegas que integram o grupo majoritário da CPI uma versão de seu relatório. O texto, entregue na noite de segunda (18), tem mais de mil páginas e sugere o indiciamento de 70 pessoas e duas empresas. O documento ainda pode sofrer alterações. Os senadores que integram o chamado G7 se reunirão na noite desta terça-feira (19) para discutir detalhes do relatório, antes da leitura, marcada para quarta (20).
Na versão entregue aos colegas por Renan, a lista de sugestões de indiciamento é encabeçada pelo presidente Jair Bolsonaro, seguido por Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e pelo atual titular da pasta, Marcelo Queiroga. Calheiros também sugere que as empresas Precisa Medicamentos e VTCLog sejam indiciadas por ato lesivo à administração pública.
As sugestões de indiciamento a Bolsonaro são por vários crimes: homicídio qualificado, favorecimento da epidemia, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, genocídio de indígenas, crime contra a humanidade, violação de direito social, incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo.
Também constam na lista de sugestões de indiciamento os nomes do ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (em referência à época em que ele chefiou o Ministério da Cidadania), do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco.
Os três filhos de Bolsonaro com carreira política, Flávio, Carlos e Eduardo; o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e pelo menos oito médicos da Prevent Senior também estão entre os alvos do relator com pedidos de indiciamento.
Fonte: R7.com