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Criação da UFPI é divisor na história do Piauí, diz economista

Ao longo de 199 anos, desde que os piauienses se levantaram em defesa da independência do Brasil, poucos eventos tiveram tanta importância para o estado quanto a criação da Universidade do Piauí (UFPI). O economista Felipe Mendes, um dos principais estudiosos da realidade do Piauí, abraça a tese que dois fatos merecem destaque pelo impacto que produziram na realidade local: além do surgimento da UFPI, a construção da barragem de Boa Esperança.

Felipe Mendes explica a importância desses dois fatos: a barragem, com a geração de energia, criou a infraestrutura produtiva imprescindível; e a UFPI dotou o estado de um capital humano que não dispunha até então na medida das necessidades nem com o foco próprio do estado. O estudioso não desconsidera outros movimentos importantes. Na história do Piauí, têm relevância a pecuária (fornecendo proteína para todo país) e o extrativismo vegetal, com suas aplicações referentes à Carnaúba. Mas nada igual a Boa Esperança e à UFPI.

“A criação da barragem representa um marco na infraestrutura física do estado, com o fornecimento de energia, e a UFPI na infraestrutura intelectual, com a produção de recursos humanos para dar sustentação aos processos de desenvolvimento”, diz Felipe. Ele lembra que na década de 1950, cerca de 75% dos piauienses, com 10 ou mais, eram analfabetos, apenas 0,7% possuíam curso médio completo, e apenas 0,08% possuíam algum curso superior. “Dessa maneira lugar nenhum do mundo poderia se desenvolver, e o papel da Universidade veio também em cima desses problemas, e ela passou a formar professores para formação básica de estudantes, que sem os quais não teriam condições para entrar na UFPI”, disse.

Felipe considera ainda que o papel primordial da UFPI, tem sido fazer o piauiense pensar o Piauí. “A nossa UFPI, a partir de 1971 passou a dar uma nova dimensão a esse papel de formação dos quadros que conduziriam a um plano de desenvolvimento qualificado mais desejado, pois sem pessoas qualificadas nós não vamos para frente, e esse é o papel da Universidade, preparar pessoas para resolverem os problemas estruturais na área social e econômica e pessoas que possam pensar e discutir os nossos problemas”.

A UFPI e o futuro
O estudioso destacou como bastante positivo o trabalho realizado pela UFPI na área do ensino a distância. Com cerca de 12 mil alunos na modalidade EaD, e promovida pelo Centro de Educação a Distancia (CEAD), em quase todo o estado, a instituição tem permitido a qualificação da mão de obra de piauienses nas mais diversas áreas e principalmente em lugares onde as pessoas não precisem sair de suas localidades para suas formações.

Outro destaque feito pelo pesquisador tem sido a qualificação de docentes em que a UFPI tem feito em seus quadros. “Hoje, temos muitos professores com doutorado, pós-doutorado buscando qualificações fora do estado, o que contribui não apenas para atividades do ensino, mas para pesquisadores com ferramentas para estudar as riquezas naturais do Piauí, como nossas potencialidades econômicas e outras”, disse.

Próximos passos para o desenvolvimento
A UFPI tem unido forças com os mais diversos poderes públicos e iniciativa privada para a concretização do Parque Tecnológico da UFPI, que tem como objetivo reunir Ciência, Sustentabilidade, Inovação e Desenvolvimento, na busca de estratégias e parcerias e abrindo assim uma nova etapa no desenvolvimento do Piauí.

O parque será sediado dentro da própria UFPI, integrando a malha urbana de Teresina, e contará com serviços, espaços para a incubação e aceleração de empresas, ambientes compartilhados para negócios, laboratórios, governança e vivências com o meio ambiente. Serão 60 hectares, na área entre a junção das Avenidas Ulisses Marques e Presidente Kennedy, até as proximidades do Colégio Técnico de Teresina (CTT).

Uma de suas finalidades será o de aproveitar setores onde o estado já tem referência para atração de novos negócios. Onde se destacam a saúde, o agronegócio, a educação e a geração de energia. A expectativa é que, em médio prazo, o Parque Tecnológico da UFPI possa representar em torno de 4% a 5% do PIB do estado.

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