Jogadores da seleção brasileira masculina principal divulgaram logo após a rodada dupla das Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar um manifesto em suas redes sociais em que se dizem contra a realização da Copa América, marcada para começar em quatro dias, no Brasil. Eles usaram os Stories do Instagram para publicação de um texto em que reiteram oposição à competição, mas sem boicote.
“Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira”, pontuaram os convocados, em comunicado após a vitória sobre o Paraguai, por 2 a 0, em Assunção.
A nota dos jogadores do Brasil corrobora o tom de insatisfação com a polarização política da qual a seleção passou a fazer parte desde que o técnico Tite revelou a reunião com o então presidente da CBF, Rogério Caboclo. “É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política”, disseram eles.
O grupo não cita diretamente o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), nem a diretoria da CBF, que tem atribuições na organização da competição. A entidade citada é apenas a Conmebol, a confederação sul-americana.
Mais cedo, após a vitória sobre o Paraguai, o zagueiro e capitão Marquinhos reforçou a ideia de o grupo não teria cogitado abandonar a seleção para boicotar a Copa América.
Sabemos todo o contexto da Copa América. Então, creio que foi muito discutido nesses últimos dias internamente e externamente. Vemos tudo que as pessoas falam sem saber a verdade. Deixamos claro que em momento os jogadores se negaram a vestir essa camisa. É nosso sonho de criança e hoje estamos aqui. É o maior orgulho. A gente fez o que tinha que fazer, dois jogos que eram foco, e vamos ver o que será decidido, existe uma hierarquia. Somos cientes do nosso papel.”
Hoje (9), o técnico Tite vai anunciar a lista dos jogadores que disputarão a Copa América. A estreia da seleção é no domingo, contra a Venezuela, em Brasília.
Fonte: Folhapress