Morreu na madrugada desta sexta-feira (14), aos 66 anos, o ex-presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) Jorge Picciani (MDB-RJ). Ele estava internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, para tratamento de um câncer.
O ex-deputado federal Leonardo Picciani (MDB-RJ) disse que o pai estava no hospital desde o dia 8 de abril deste ano e não resistiu às complicações de câncer na bexiga e no peritônio. Ele lutava contra a doença desde 2010. Seu corpo será transferido para o Rio de Janeiro ao longo do dia, onde será velado.
Jorge Picciani cumpriu seis mandatos como deputado estadual no Rio de Janeiro, o primeiro deles em 1990, quando era filiado ao PDT — ele se mudou para o MDB em 1995.
O deputado presidiu a Alerj entre 2003 a 2010, voltando ao posto em 2015. Dois anos depois ele foi preso durante a Operação Cadeia Velha acusado de favorecer empresas de ônibus e empreiteiras em aprovações na assembleia. Atualmente ele cumpria prisão domiciliar
Durante a carreira política, Picciani ainda presidiu o diretório do então PMDB no Rio de Janeiro e comandou, em 1993, a secretaria estadual de Esportes e Lazer durante o governo de Leonel Brizola. Em 2010, tentou se eleger senador, mas não conseguiu.
Formado em contabilidade pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e em estatística pela Escola Nacional de Estatística, Jorge Picciani também era pecuarista, presidindo o grupo Monte Verde, especializado em reprodução assistida de gado Nelore e GIR leiteiro.
Jorge era casado com Hortência Oliveira Picciani e teve outros três filhos além do ex-deputado federal Leonardo Picciani: Rafael Picciani (que foi deputado estadual e secretário de Transportes da prefeitura do Rio), Felipe e Arthur.
Alvo de operações
Jorge Picciani foi preso em novembro de 2017, mas recebeu o benefício da prisão domiciliar em março de 2018. Em 2019, ele foi condenado a 21 anos de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A condenação veio no processo da Operação Cadeia Velha, que investigou um esquema de pagamento de propina na Alerj em troca de benefícios para empresários de ônibus. Ele recorria da decisão.
Em 2018, Picciani também foi alvo de uma prisão preventiva no âmbito da Operação Furna da Onça sob suspeita de, ao lado de outros deputados, receber propinas para votar de acordo com interesses do governo de Sergio Cabral.
Alerj decreta luto
A Alerj, em nota, avisou que foi informada oficialmente do falecimento no início da manhã pela família de Picciani. O presidente da Casa, André Ceciliano, ofereceu as instalações do Salão Getúlio Vargas para o velório, que deve acontecer no inicio da noite desta sexta-feira. A Casa irá decretar luto oficial de três dias.
Fonte: Folhapress