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quinta-feira, maio 8, 2025
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Primeira fumaça do conclave é preta; escolha do papa segue indefinida

Mais de 130 cardeais permanecem reclusos para a eleição do novo pontífice; uma nova sessão será realizada amanhã de manhã

A primeira sessão do conclave, eleição que escolhe o novo papa, terminou nesta quarta-feira, 7, por volta das 16h (horário de Brasília), cerca de duas horas após a previsão inicial, com fumaça preta na Capela Sistina. De acordo com as regras do Vaticano, o sinal indica ao público que a votação não chegou a um nome de consenso entre os cardeais.

 

 

O resultado já era esperado, já que a primeira votação serve como um termômetro para os cardeais. Embora não haja um prazo definido para a conclusão do processo, nos últimos dois conclaves, a decisão –anunciada pela fumaça branca– só saiu no segundo dia de votação. Vale lembrar que os últimos dez conclaves não superaram cinco dias.

A demora do resultado da primeira votação, no entanto, aumentou a apreensão dos fiéis, que lotaram a Praça São Pedro, no Vaticano, enquanto aguardavam pela fumaça. O Vatican News estima que quase 50 mil pessoas acompanharam o momento. A decepção ficou aparente no olhar de muitos deles, que esvaziaram a praça rapidamente, mas com a promessa de retornarem amanhã.  

Multidões aguardam a fumaça que revelará o resultado da primeira votação do conclave Foto: Cecília de O. Freitas/Terra

Para escolher aquele que ocupará o cargo de Santo Padre, é necessário que haja o apoio de ao menos dois terços dos 133 cardeais votantes. Ou seja, o novo papa precisa de no mínimo 89 votos. Neste primeiro dia de conclave, foi realizada apenas uma votação. Mas, a partir desta quinta-feira, 8, serão realizadas quatro votações por dia. A fumaça, no entanto, só deve ser liberada em dois horários. Veja quais são:

  • Ocorrerão duas votações pela manhã, que devem ser finalizadas às 10h30 e às 12h, no horário local — 5h30 e 7h, em Brasília;
  • Ocorrerão duas votações à tarde, que devem terminar por volta das 17h30 e às 19h, no horário local — 12h30 e 14h em Brasília;
  • Todos os dias, às 12h e às 19h no horário local (7h e 14h em Brasília), a fumaça será liberada pela chaminé da Capela Sistina. As cédulas das votações da manhã são queimadas juntas, e o mesmo ocorre com as duas da tarde;
  • As fumaças das 10h30 e das 17h30 só serão liberadas se forem brancas.

De acordo com o Vaticano, após três dias sem resultado, as votações são suspensas por no máximo um dia. Durante este período, há uma pausa para oração, discussão livre entre os eleitores e uma breve exortação espiritual, feita pelo primeiro cardeal da ordem dos diáconos. 

Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito. E, caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de “segundo turno”. Nesta fase, o eleito também precisará alcançar ao menos dois terços dos votos. 

O conclave mais curto foi o de 1503, responsável por eleger Júlio II, que durou apenas algumas horas. Já o mais longo foi o de Gregorio X, que foi de novembro de 1268 a setembro de 1271, cerca de 33 meses.

Como é o processo de votação

O processo de votação é o mesmo em todas as sessões e é presidido pelo cardeal Pietro Parolin, na ausência do decano, cardeal Re, de 91 anos. Cada cardeal eleitor, em ordem de precedência, depois de ter escrito e dobrado a cédula, leva-a para o altar, onde ficam os escrutinadores. Lá, eles dizem em voz alta:

“Chamo como minha testemunha Cristo Senhor, que me julgará, que meu voto é dado àquele que, segundo Deus, considero que deva ser eleito.”

Em seguida, vão colocar a cédula no prato e depois será colocado no recipiente. Ao término, ele se curva diante do altar e retorna ao seu assento. Após todos votarem, a sessão passa para o escrutínio. 

O primeiro escrutinador sacode a urna várias vezes, para que as cédulas se embaralhem, e depois, o último escrutinador inicia a contagem. Elas são retiradas, uma a uma da urna e colocadas em um outro recipiente. Os escrutinadores se sentam de frente ao altar, abrem as cédulas e o terceiro lê em voz alta (para que todos os eleitores presentes possam acompanhar o processo de votação) e anota o nome lido. 

Quando a contagem das cédulas termina, os escrutinadores somam todos votos e os anotam em uma folha de papel separada. O último dos escrutinadores, na medida em que lê as cédulas, as fura com uma agulha no ponto em que a palavra Eligo está localizada e as insere em uma linha, para que possam ser preservadas com mais segurança. 

Quando a leitura dos nomes é concluída, as pontas da linha são amarradas com um nó e as cédulas são colocadas em um recipiente ou em um dos lados da mesa. Neste ponto, os votos são contados mais uma vez e, depois de conferidos, as cédulas são queimadas em um fogão de ferro fundido usado pela primeira vez durante o conclave de 1939. Um segundo fogão, de 2005, conectado, é usado para os produtos químicos que devem dar a cor preta no caso de não eleição e branca no caso de eleição.

“Essa foi uma forma encontrada porque, em anos anteriores, a fumaça causava uma certa confusão. Não dava pra entender muito bem se a fumaça era cinza ou se a fumaça era branca. Hoje em dia, geralmente se utiliza alguns produtos químicos. […] No último conclave, por exemplo, ficou muito clara a diferença da fumaça preta e da fumaça branca”, explica o padre Dayvid da Silva, professor da Faculdade de Teologia da PUC-SP, em entrevista ao Terra.

 

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