Os mercados de ações asiáticos operam divididos entre otimismo moderado e cautela nesta quinta-feira (24), depois que o governo de Donald Trump delineou uma saída para sua guerra comercial com Pequim e Washington garantiu que a moeda japonesa não é um dos seus “alvos”. O presidente dos Estados Unidos mencionou, nesta quarta-feira (23), a possibilidade de “um acordo justo” com a China, embora negociações concretas não tenham começado, segundo o secretário americano do Tesouro.
A China assegurou estar aberta ao diálogo com Washington, mas negou que existam negociações em curso. “Qualquer afirmação sobre um avanço nas discussões sino-americanas significam pura especulação e não repousam sobre nenhum fato concreto”, indicou o porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yadong.
Tensões
As tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo dispararam após o aumento das tarifas às importações da China este ano, com 145% adicionais sobre muitos produtos, em reação a práticas que Washington considera injustas. Pequim, por sua vez, reagiu com novas tarifas alfandegárias de 125% sobre os produtos americanos.
Nesta quarta, Trump disse a jornalistas que seu país obterá um “acordo justo com a China”. Perguntado se tem mantido conversas com Pequim, o presidente republicano respondeu: “Tudo está ativo”.
Os investidores digeriram o tom mais conciliador dos Estados Unidos. Os comentários do secretário de Finanças dos Estados Unidos também contribuíram: Scott Bessent considerou que as sobretaxas estabelecidas por ambos os lados deveriam ser reduzidas como pré-requisito para qualquer discussão, e disse que “uma redução é possível” de ambos os lados.
Bolsas asiáticas oscilam
na Bolsa de Valores de Tóquio, o principal índice Nikkei subiu 0,48%, a 35.039,15 pontos no fechamento. A bolsa de Sydney subiu 0,6%. Seul, por outro lado, fechou em baixa de 0,13%, após o anúncio de uma contração inesperada no crescimento da Coreia do Sul no primeiro trimestre de 2025, prejudicada pelo impacto das tensões comerciais nas exportações do país.
Os mercados chineses hesitaram: o índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,21% e o índice composto de Xangai se manteve no equilíbrio +0,03%. Já o de Shenzhen perdeu 0,7%.
“Os comentários [de Trump e Dessent] criam um clima propício à retomada de compras de ativos considerados de risco”, destaca Kathleen Brooks, da empresa XTB. Mas “para evitar um agravamento das perspectivas de crescimento global, um acordo deve ser alcançado rapidamente, agora que Trump parece estar revisando seus planos tarifários para baixo”, disse. “O mercado é levado por uma onda de otimismo”, observa Brooks.
Com informações da Reuters