A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 23, a Operação Sem Desconto para desarticular um esquema de fraudes que teria desviado bilhões de reais de aposentados e pensionistas por meio de descontos irregulares nas folhas de pagamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A ação resultou no afastamento cautelar de seis servidores ligados à alta gestão do Instituto, entre os quais o presidente Alessandro Stefanutto.
Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, os afastamentos foram determinados judicialmente. “O que nós temos, por enquanto, é um afastamento cautelar determinado pela Justiça de determinados servidores do INSS, sobretudo da cúpula do INSS”, afirmou em entrevista coletiva.
Os servidores afastados são:
- Alessandro Stefanutto, presidente do INSS;
- Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
- Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, chefe da Procuradoria Federal Especializada do INSS;
- Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cidadão;
- Jacimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios;
- Um policial federal, que ainda não teve sua identidade revelada.
De acordo com a investigação da PF, estima-se um prejuízo de R$ 6,3 bilhões.
Sobre as investigações, Lewandowski reforçou que a PF agiu com autonomia e técnica. “O papel da Polícia Federal é um papel de Polícia de Estado absolutamente republicana e investiga o que for necessário, doa a quem doer, inclusive cortando a própria carne, se for preciso”, disse.
A Operação Sem Desconto ainda está na fase inicial, de acordo com o ministro, e deve ter novos desdobramentos. A PF deve cumprir 211 mandados de busca e apreensão em 34 cidades de 13 estados e no Distrito Federal, além de seis mandados de prisão temporária — três deles já executados. Outros três investigados seguem foragidos.