O atual presidente do Equador, o empresário Daniel Noboa, e a candidata de esquerda Luisa González disputarão o segundo turno da eleição presidencial do país no dia 13 de abril. Outros 14 candidatos participaram do pleito neste domingo (9), mas não obtiveram votos suficientes para seguirem na disputa.
Os dois candidatos ficaram separados por uma diferença de menos de 1 ponto percentual: Noboa somou 44,3% dos votos, e González, 43,8%, resultados que indicam uma disputa bastante acirrada para a rodada final, daqui a dois meses. Conforme o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que administra as eleições no país, mais de 83% dos eleitores foram às urnas.
Os equatorianos voltaram às urnas mais de um ano após uma das eleições mais violentas do país. Em agosto de 2023, o então candidato Fernando Villavicencio foi assassinado a tiros depois de deixar um comício numa escola.
Desta vez, no entanto, não foram registrados episódios de violência. Ainda assim, Noboa e González votaram cercados por militares.
A violência é um dos principais desafios do futuro chefe de Estado equatoriano. Antes considerado uma exceção na América Latina devido aos baixos índices de homicídio, o país sofreu uma explosão na violência promovida por cartéis de drogas, que migraram a partir da Colômbia depois do acordo de paz que o país vizinho consolidou com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2016.
Ameaças e mortes de políticos, promotores e juízes foram executadas por traficantes, que encontraram no Equador uma política de segurança pública pouco focada nesse tipo de crime. Além disso, há o fator geográfico: o Equador virou ponto de tráfico de cocaína contrabandeada a partir de portos do Pacífico, tendo a Europa e a Ásia como destino.
A taxa de homicídios saltou de 6 para cada 100 mil habitantes em 2018 para 38 a cada 100 mil habitantes em 2024.
Noboa e a guinada à direita
Noboa foi eleito nas eleições antecipadas de outubro de 2023 convocadas pelo então presidente Guillermo Lasso, que sofria um processo de impeachment. Devido a isso, Lasso dissolveu o parlamento depois de dois anos no cargo. Na época, a intenção dele era manter-se no cargo até a data do próximo pleito, marcado para este domingo.
Aos 37 anos, Noboa nasceu nos EUA e é filho de um rico empresário do setor de bananas. O estilo descontraído, mas focado na questão da segurança, fez dele um dos políticos mais populares do Equador. Ele costuma fazer discursos breves e mantém um círculo pequeno de amigos e conselheiros.
Com informações da Reuters