Em todos os natais vejo pessoas dizendo coisas do tipo: “Esqueceram do aniversariante”, ou “O que papai Noel tem a ver com o natal?”. Ou uma centena de outras frase ocas, e quem as repete não sabe do que realmente está falando.
Então vamos aos fatos. O Natal, no sentido histórico mais profundo, é a celebração do nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno (natalis invicti Solis), a festividade foi re-significada após indevidamente haver sido apropriada pela Cristandade no século III para estimular a conversão dos povos pagãos sob o domínio do Império Romano e então, ao invés de comemorar o nascimento do Deus Sol, os cristãos passaram a comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré.
O Papai Noel está lá (com povos originários) há pelo menos 7 mil anos (portanto bem antes da sua apropriação/espoliação pela cultura cristão, que há ‘apenas’ dois mil anos existe).
O bom velinho simboliza a sabedoria, ele é o ‘trazedor de coisas boas‘, de presentes (mas não no sentido que entendemos a palavra ‘presente’, isto é, no sentido interesseiro e mercadológico capitalista).
O problema é que o capitalismo estragou (ele estraga tudo) a figura de Papai Noel que passou a ser visto como “Trazedor de Presentes compráveis”. O mesmo fez com a imagem do Deus Sol.
Ainda bem que algo das raízes imemoriais dos tempos primeiros persiste apesar de tudo, o desejo sincero dos que dizem ‘feliz natal’ com o coração, o mesmo valendo para ‘feliz ano novo’.
Esses são os meus sinceros dizeres a vocês, leitores e leitoras. Além do Natal, que nesse ano de 2025 passemos a ler mais e sejamos exemplo para os mais jovens. Feliz 2025.
ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) é professor, poeta e escritor. É o autor de “Debaixo da Figueira do Meu Avô”, além de outros livros. É acadêmico da APLA e da ALVAL, assim como membro do IHGPI. Membro criador do Coletivo P2. Escreve às quintas-feiras para este portal sempre sobre algum assunto ligado à cultura.