Ele foi capaz de dar tanta vida às palavras que ninguém imaginaria esse roteiro final tão cedo. Mais uma vez surpreendeu, partindo desta pra melhor no dia 13/10/24, aos 73 anos. Se fosse pra comparar, diria que foi o Pelé da Publicidade. Revolucionou a forma de comunicar no Brasil e impressionou o mundo. Entrou para a cultura popular. Sempre me inspirou, desde antes da faculdade, na faculdade (foi tema do meu TCC) e após a faculdade. Se eu e meus colegas brasileiros somos publicitários, é porque antes veio o Olivetto.
Ele deu moral, profissionalismo e charme à Propaganda. Sempre que tive contato com ele, seja pessoalmente, pelos livros, palestras, artigos ou entrevistas, aprendi alguma coisa importante sobre comunicação e, principalmente, sobre a vida; ele não tirava o dedo do pulso da população. E fez trabalhos geniais a partir de ideias simples, tão bons que a publicidade começou a fazer propaganda dele – uma simbiose. É ou não é genial criar algo para 30 segundos e ficar na memória por anos?
Com mais de 50 leões em Cannes por filmes publicitários inesquecíveis, saiu de cena relativamente novo, no entanto deixou uma marca na história da comunicação. Na verdade ele virou uma supermarca. São muitas as propagandas memoráveis: primeiro sutiã, Hitler da Folha, bombril, cachorrinho da Cofap, bombons Garoto, chinelos Rider… mas seu maior trunfo provavelmente foi fazer a publicidade brasileira ser respeitável e admirável. Por isso, como eu aprendi com ele que comunicação é repetição, não custa lembrar: o Washington Olivetto a gente nunca esquece! Nem esquecerá.
Dilson Tavares, publicitário