Mais uma brasileira morreu em meio ao conflito entre Israel e forças do Hezbollah no Líbano. A informação foi confirmada por fontes do Itamaraty com exclusividade ao repórter Túlio Amâncio, de Brasília.
Além do adolescente Ali Kamal Abdallah, morto na quarta-feira (26), o órgão confirmou a morte de Mirna Raef Nasser, de 16 anos, natural de Balneário Camboriú e o pai, que ainda não teve o nome e nem a cidadania confirmados.
“Ela estava em casa, saiu do local do bombardeio e voltou para casa com o pai para pegar coisas da escola para os irmãos, pegar roupas e voltar onde estavam. Na hora que chegaram em casa, atacaram eles, eles morreram dentro de casa”, disse o tio da jovem, Ali Khalen, ao repórter Túlio Amâncio.
Segundo Ali, o pai da jovem morou nove anos no Brasil e a adolescente nasceu no país. O parente afirmou que os ataques de Israel estão matando apenas civis.
“Nenhum lugar que atacaram tem a ver com a guerra, com armamento, com coisa nenhuma, tudo civil, tudo gente pobre, pessoa trabalhadora, tem gente que tem supermercado, marceneiro, serralheria, lojas, casas”, afirmou.
Mais cedo, o Itamaraty declarou que tomou conhecimento, “com profundo pesar”, da morte do brasileiro Ali Kamal Abdallah. Ao se solidarizar com a família, o governo reiterou sua condenação, nos “mais fortes termos”, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis densamente povoadas no Líbano e “renova seu apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades”.
Brasil repudia escalada no Líbano
Na segunda-feira (23), o governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” os contínuos ataques aéreos israelenses contra áreas civis no Líbano. O Ministério das Relações Exteriores também recomendou aos brasileiros que deixassem a área conflagrada. O aeroporto de Beirute continua aberto, mas o governo avalia a necessidade de uma operação de repatriação.
Israel e o grupo Hezbollah, do Líbano, têm trocado tiros através da fronteira desde o início do conflito em Gaza no ano passado após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro do ano passado, mas Israel intensificou sua campanha militar na última semana.
Em nota, o Itamaraty lamentou as declarações de autoridades israelenses em favor de operações militares e da ocupação de parte do território libanês e expressou “grave preocupação” diante das exortações do governo israelense para que civis libaneses evacuem suas residências naquelas regiões.
“O Brasil renova o apelo às partes envolvidas para que cessem, imediatamente, os ataques, de forma a interromper a preocupante escalada de tensões, que ameaça conduzir a região a conflito de amplas proporções, com severo impacto negativo sobre populações civis”, declarou a pasta na ocasião.