Uma rua que tem um jardim como o de Alice mereceria ter um banco com o nome de ‘Banco do(a) Poeta’, por exemplo. Mas de qual poeta? De qualquer um(a). De todos o(a)s poetas, homens e mulheres que escrevem poesia.
E na rua do jardim teria, aos domingos saraus, rodas de leitura, práticas de pintura, jogos diversos e coisas assim.
O senhor Antônio das Neves, 88, contaria como era a cidade antigamente para um monte de crianças boquiabertas.
A senhora Luiza da Silva, 89, cantaria cantigas de antigamente, do tempo em que ela era mocinha.
Outras senhoras ensinariam tricô, crochê, pespontos, alinhavos, ensinariam meninas a bordarem. Haveria jogos de damas, pipas, pipoca, pirulito.
Poetas declamariam seus poemas, estimulariam crianças e jovens a também escreverem os seus próprios. E livrinhos artesanais seriam confeccionados. O mesmo com pintores e músicos. De quando em quando até malabaristas viriam para a rua, artistas circenses, enfim.
Sonhar não custa nada, diria o menininho que praticamente moraria no jardim. A ideia lançada está. Alea jacta est.
Que o Jardim de Alice floresça, permaneça no tempo e no espaço. Que desperte o interesse (como vem despertando) das pessoas, que ganhe novos espaços onde nasçam filhotes seus. Na verdade a cidade toda poderia se transformar num grande Jardim de Alice. Vamos sonhar.
Equipe do projeto “Jardim de Alice”: Socorro Almeida, Carmehelena Oliveira, Amigos das Flores, Marlene Rodrigues, João Paulo Mourão, Isabel Cruz, Zeneide Campelo, Sales Neto, dentre muitos outros e muitas outras.
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ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) é professor, poeta e escritor. Pertence às academias APLA e ALVAL e ao IHGPI. É membro fundador do Coletivo P2. Possui alguns livros publicados, dentre eles “Lendas da Cidade de Pedro II”. Escreve para este Portal às quintas.