A Polícia Federal indiciou o ex-ministro de Justiça de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres e o ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques por impedir o deslocamento de eleitores no Nordeste durante o 2º turno das eleições de 2022, realizado em 30 de outubro.
Além de Torres e Vasques, a PF indiciou 4 policiais federais que eram cedidos ao Ministério da Justiça e Segurança Pública à época. São eles:
Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, ex-secretário de Operações Integradas;
Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações ;
Leo Garrido de Salles Meira; e
Marília Ferreira de Alencar, ex-subsecretária de Inteligência do MJ e do Distrito Federal (atuante durante o 8 de Janeiro).
Dentro da PF, o delegado responsável pela investigação inicial deixou o caso no início deste ano. Flávio Vietez Reis foi cedido para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Assumiu a delegada Luciana Matutito Caires.
Em 8 de maio, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu 30 dias para que PF concluísse o relatório final. Dias depois, a corporação pediu 30 dias magistrado para concluir o inquérito, que já durava 9 meses.
Relembre o caso
Durante o 2º Turno das eleições presidenciais de 2022, realizado em 30 de outubro, que tinham o então presidente Jair Bolsonaro e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito, a PRF realizou blitzes em algumas localidades do Nordeste.
As ações desrespeitaram a determinação do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Alexandre de Moraes, que havia proibido a Corporação de realizar operações que pudessem atrapalhar as votações e são acusadas de buscar impedir eleitores do petista de votarem. Segundo a Justiça eleitoral, a intervenção atrasou eleitores naquelas eleições.
Vasques chegou a ser intimado a prestar esclarecimentos a Moraes ainda em 30 de outubro, que determinou a suspensão imediata das ações, sob risco de prisão para os envolvidos.
Vasques foi preso em agosto de 2023 e foi solto em 8 de agosto de 2024.
Anderson Torres também era investigado pela PF por uma viagem que realizou à Bahia na véspera do pleito. A viagem, à época, foi justificada para reforçar a atuação de policiais federais no combate a crimes eleitorais, como compra de votos.
No entanto, há suspeita que Torres viajou para pressionar a PF a barrar eleitores de votarem na região onde o então candidato do PT tinha mais votos. Torres teria orientado do superintendente da PF no Estado para coibir supostos crimes eleitorais e dado uma lista de locais– supostamente elaborada por Marília Ferreira Alencar– onde a Corporação deveria atuar.
Anderson Torres foi preso em 14 de janeiro de 2023 por suposta omissão durante o 8 de Janeiro e solto em maio deste ano.
Da Redação