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Com conta de Collor zerada, Justiça penhora R$ 478 mil de esposa para pagar dívida trabalhista

As contas bancárias da família do ex-presidente estão na mira para pagar dívidas da TV Gazeta, em recuperação judicial

Após cinco anos da demissão em massa de jornalistas da TV Gazeta envolvidos em uma greve, uma ex-funcionária conseguiu a primeira indenização e pagamento de seus direitos trabalhistas. A mulher recebeu na última quinta-feira, 4, R$ 478 mil, que precisaram ser penhorados da conta bancária de Caroline Serejo Medeiros Collor de Mello, esposa do ex-presidente Fernando Collor.

 

A história começou em 4 de julho de 2019, quando 15 jornalistas da afiliada da Globo em Alagoas foram demitidos, em uma atitude que foi vista pela classe como retaliação a uma greve promovida por eles no dia anterior. Os jornalistas protestavam contra a possibilidade de redução em 40% do piso salarial da classe no Estado, proposição que teria sido apoiada pela Gazeta.

“Foi aí que começou o drama da gente. Porque ninguém recebeu até hoje, a empresa entrou em recuperação judicial e tem sido uma novela”, conta Marcos Rolemberg, advogado que defende o grupo, ao Terra. Ele também era um dos jornalistas demitidos na ocasião.

Atualmente, há 33 trabalhadores representados por Rolemberg com ações judiciais contra a TV Gazeta, pertencente à família Collor.

O julgamento referente à jornalista que conseguiu a indenização de R$ 478 mil transitou em julgado ainda em 2022. Os nomes de Collor e sua esposa foram vinculados ao pagamento das dívidas porque, em outras ações judiciais, a emissora mostrou não ter condições de arcar com as indenizações. Com isso, passou-se a buscar pelo patrimônio dos sócios.

Na conta do ex-presidente, porém, a Justiça encontrou apenas pouco mais de R$ 14. Rolemberg acusa Collor de estar usando “subterfúgios” para se esquivar de pagar as dívidas totais. “Nosso desafio é ir no patrimônio dele. A gente sabe que tem patrimônio”, afirma.

Por causa dessa suspeita, Rolemberg entrou com outra ação contra Collor e sua esposa, também representando a jornalista que recebeu a indenização. Dessa vez, os dois foram para a vara criminal, onde acusam o ex-presidente de fraude à execução judicial e crime contra o patrimônio.

O Terra tenta contato com a equipe de comunicação de Fernando Collor e a matéria será atualizada quando houver retorno.

 

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