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Polícia Federal faz operação contra ex-diretores da Americanas por fraudes

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (27) uma operação contra os ex-diretores das Lojas Americanas por fraudes de R$ 25,3 bilhões. Segundo nota da corporação, foram expedidos 2 mandados de prisão preventiva, mas os alvos –os ex-CEOs João Guerra Duarte Neto e Miguel Gutierrez– estão no exterior.

 

A operação foi batizada de Disclosure, termo do mercado de capitais referente ao fornecimento de informações. As buscas e apreensões foram realizadas em 15 endereços ligados aos ex-diretores da varejista no Rio.

Os ex-executivos da empresa são investigados pela manipulação de mercado e uso de informação privilegiada. As manobras teriam causado prejuízo aos acionistas, principalmente, os minoritários.

As investigações avançaram depois das delações premiadas dos ex-diretores das Lojas Americanas Marcelo da Silva Nunes e Flávia Pereira Carneiro Mota. Os depoimentos deram base para operação desta 5ª feira (27.jun), autorizada pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Como era a fraude
De acordo com a PF, a fraude maquiou os resultados financeiros do conglomerado a fim de demonstrar um falso aumento de caixa e consequentemente valorizar artificialmente as ações das Americanas na bolsa.

Com esses números manipulados, segundo a PF, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e obtiam lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.

A maquiagem foi detectada em pelo menos 2 operações:

Risco sacado: antecipação do pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos;
Verba de propaganda cooperada (VPC): incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.
A operação é fruto de investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa ter comunicado a existência de “inúmeras inconsistências contábeis” e um rombo patrimonial estimado, inicialmente, em R$ 20 bilhões. Mais tarde, a Americanas revelou que a dívida chegava a R$ 43 bilhões.

Foram identificados vários crimes, como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (ou insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os alvos poderão pegar até 26 anos de prisão.

A força-tarefa contou com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e representantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A atual administração do Grupo Americanas também contribuiu com o compartilhamento de informações da empresa.

 

Veja a lista de todos os alvos da operação da PF:

Anna Christina Soteto
Anna Saicali
Carlos Eduardo Padilha
Fabio Abrate
Jean Pierre Ferreira
Fabien Picavet
Marcio Cruz Meirelles
Miguel Gutierrez
João Guerra Duarte Neto
José Timotheo de Barros
Murilo dos Santos Correa
Maria Chirstina Do Nascimento
Raoni Lapagesse Franco
Luiz Augusto Henriques

Da Redação

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