Ciro Gomes ganhou elogios públicos do deputado federal André Fernandes (PL), um reconhecido aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse movimento estratégico pode moldar as próximas eleições, especialmente as de 2026. O cenário político cearense se agita com o reposicionamento de Ciro Gomes.
Ao lado da oposição cearense
O encontro entre Ciro Gomes e André Fernandes aconteceu na Câmara Municipal de Fortaleza, onde o deputado não poupou palavras ao elogiar o ex-ministro. Fernandes descreveu Ciro como “inteligente” e “preparado”, e deixou claro que vê potencial para que o político dispute a governadoria numa possível candidatura em 2026. Durante a reunião, o parlamentar destacou: “Não tenho dúvida de que, ao longo da sua trajetória, ele demonstrou ser uma pessoa preparada, inteligente e com coragem para enfrentar o Elmano.”
União e superação de egos na oposição
A fala de Fernandes também enfatizou a necessidade de união dentro da oposição. Ele defendeu que todos os membros deixem os egos de lado para se unir em torno da candidatura a governança do Estado, uma clara sinalização de aproximação com Ciro Gomes. Esta declaração surge logo após o ex-ministro anunciar apoio à pré-candidatura ao Senado de Alcides Fernandes, deputado estadual e pai de André Fernandes, demonstrando um movimento de fortalecimento de laços entre os membros da oposição.
Reaproximação e possíveis mudanças partidárias
O reposicionamento de Ciro Gomes em direção à direita e à oposição local não é apenas uma estratégia política, mas também um indicativo de mudanças profundas em sua trajetória partidária. Estima-se que a reaproximação culminará na sua saída do PDT, partido ao qual está filiado há quase vinte anos. Um dos primeiros movimentos concretos dessa mudança será a filiação do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, ao União Brasil, prevista para ocorrer ainda em junho. Essa situação abre espaço para uma possível debandada de outros nomes ligados a Ciro no segundo semestre.
No entanto, apesar de seus discursos sobre potencial candidatura ao governo estadual, aliados próximos de Ciro não têm demonstrado entusiasmo com essa possibilidade. Para eles, o ex-prefeito Roberto Cláudio surge como a opção mais viável, uma vez que já possui experiência eleitoral e é bem aceito entre as lideranças opositoras.
Caminhos e desafios para Ciro Gomes
Internamente, no PDT, a saída de Ciro Gomes é considerada uma questão de tempo. O político já recebeu convites formais para se filiar ao União Brasil e ao PSDB, este último em processo de fusão com o Podemos. O ex-senador Tasso Jereissati, figura proeminente do PSDB e um dos aliados mais fiéis de Ciro ao longo de sua carreira, é um dos principais apoiadores de sua possível migração para o partido tucano.
Entraves na filiação e alianças regionais
No entanto, a filiação de Ciro ao futuro partido resultante da fusão apresenta desafios regionais. No Ceará, o Podemos é presidido por Bismarck Maia, que é pai de Eduardo Bismarck, atual secretário de Turismo no governo de Elmano. Essa aliança local entre o Podemos e o PT poderá dificultar qualquer avanço na aproximação formal de Ciro com a legenda no estado, comprometendo suas estratégias eleitorais.
Com o cenário político cearense em constante transformação, a próxima eleição certamente será marcada por novas alianças e estratégias. A movimentação de Ciro Gomes, aliado a elogios inesperados de figuras da direita, revela um novo capítulo na política do Ceará, despertando expectativas e incertezas sobre o futuro dos políticos envolvidos.