31.3 C
Teresina
segunda-feira, maio 19, 2025
Dengue
InícioDestaquesUma disputa perversa

Uma disputa perversa

O Brasil continua alimentando uma polarização política que é extremamente nefasta aos interesses do país. A própria mídia tradicional cuida em propagar e inflar o ambiente desta disputa binária entre dois polos políticos.

 

Neste cenário, sobressaem-se as figuras do atual Presidente da República  Lula da Silva e do ex-Presidente Jair Bolsonaro como líderes de movimentos antagônicos que buscam se estabelecer como únicas opções no cenário político brasileiro.

A miopia estabelecida por esta linha de atuação dos diversos atores da política brasileira, especialmente dos veículos tradicionais de comunicação, termina por eclipsar um olhar mais apurado sobre as diversas outras opções que podem e devem ser seguidas na escolha de novos caminhos para o nosso país, especialmente na perspectiva de que não existem somente o extremismo e o antagonismo pecaminoso destas duas correntes lideradas por Lula e Bolsonaro.

É preciso ficar claro que enquanto isto acontece , nós estamos nos afastando dos raciocínios lógicos e nos deixando levar por uma espécie de disputa futebolística entre duas formas de governança e governabilidade, uma matiz de disputa e confronto direto que só nos permite querer a vitória deste ou daquele lado e nunca a verdadeira essência de uma eleição de tamanha magnitude: os interesses e bem estar do Brasil e de sua gente.

Não nos iludamos, enquanto esta forma de vermos a política no país perdurar, alimentada que é pela mídia tradicional e pelos políticos, não teremos a oportunidade de ver novas tendências e lideranças políticas surgirem no nosso país,  e tão pouco discutiremos os problemas, soluções e novos rumos de desenvolvimento para o Brasil.

Essa polarização só interessa diretamente à classe política e à mídia tradicional. Estamos perdendo tempo em discutir e dar ao país novas formas de se fazer políticas públicas e ações eficientes, tudo isso em nome de práticas e métodos de discussão e divulgação que só atendem aos interesses dos órgãos de comunicação e da própria classe política. Somente eles ganham concretamente com essa situação.

Se precisamos de uma reforma tributária séria e adequada à realidade do país e adaptada às diferenças regionais e de estratificação social e econômica de nossa população, se urge revisitarmos e criarmos  uma nova legislação penal, reestruturarmos o executivo, legislativo e judiciário acabando com o patrimonialismo impertinente e privilégios destes poderes,  fazermos uma revisão geral no sistema previdenciário do país, reformularmos nossos padrões e regras da administração pública brasileira, e tantas outras ações no campo político administrativo, muito mais preponderante é fazermos uma reforma política de vergonha que, de fato, privilegie a população e acabe de vez com este cenário teatral que vivemos onde a classe política tem total liberdade de atuação e se beneficia de inúmeras proteções e benesses do poder constituído, em detrimento daquilo que é mais importante: o interesse público e da nação.

Precisamos de uma nova corrente que não seja o extremismo da direita e muito menos o radicalismo de esquerda, mas que associe a liderança de alguém que pense o país e consiga ter a necessária compreensão que é possível encontramos caminhos nas diversas fontes ideológicas, mesmo sendo de direita, de esquerda, centro esquerda ou centro direita.

 O importante é unirmos o país em torno de um projeto novo de futuro, com suas divergências de opiniões e de valores, mas com a clarividência de que as diferenças de ideologias políticas não são empecilho para construirmos um país melhor para se viver.

Para tanto, é imperioso que surjam novas lideranças políticas, capazes de romper este ciclo vicioso que limita o país a um campo de disputa único – extrema direita e esquerda radical- sem oportunizar novos horizontes para o povo brasileiro.

A mídia tradicional e a classe política precisam ser mais responsáveis e deixar os seus interesses imediatos, e o nosso povo precisa de verdade e literalmente abrir o olho e ter mais consciência política, caso contrário, continuaremos assistindo este jogo que não interessa ao país e sua gente.

 

Fernando Fortes Said
Professor, advogado e jornalista

Comentários

Redação
Redaçãohttps://newspiaui.com
PIAUÍ NO NOSSO CORAÇÃO!
VEJA TAMBÉM
- CET -spot_img
- PROCAMPUS -spot_img

MAIS POPULARES

SEBRAE - PI