O partido La Libertad Avanza (LLA), do presidente argentino Javier Milei, venceu no último domingo (19) as eleições legislativas em Buenos Aires e derrubou o domínio de 18 anos da centro-direita na capital da Argentina. O porta-voz do governo e principal candidato, Manuel Adorni, obteve mais de 30% dos votos, superando o PRO (Proposta Republicana), do ex-presidente Mauricio Macri, que ficou em terceiro lugar. O resultado fortalece Milei para as eleições de meio de mandato, previstas para outubro.
A legenda de Milei afirmou ter dobrado sua votação em relação à última eleição local, em 2023. O partido peronista, de centro-esquerda, ficou em segundo lugar com pouco mais de 27%, desempenho acima do esperado na capital e favorecido pela divisão do campo conservador. Para analistas, a disputa representou uma batalha pelo controle da centro-direita e consolidou o LLA como principal força de oposição ao kirchnerismo.
Ao som de um hino do rock argentino tocado em alto volume no comício pós-eleição, Milei subiu ao palco pulando e erguendo os braços, animando os apoiadores. “Hoje é um dia decisivo para as ideias de liberdade”, afirmou, sob aplausos da multidão.
O resultado representou uma derrota dolorosa para o PRO (Proposta Republicana), partido de Macri, que governava Buenos Aires de forma ininterrupta há 18 anos. A candidata do PRO, Silvia Lospennato, ficou em terceiro lugar, com 15,9% dos votos. “Os resultados não foram os esperados”, admitiu Lospennato. “Temos muito trabalho pela frente”.
Com cerca de 2,5 milhões de eleitores aptos e metade das 60 cadeiras legislativas em disputa, a eleição teve baixa participação, em torno de 53%. O pleito foi interpretado como um embate direto entre Milei e Macri, refletindo o avanço de forças da direita radical na Argentina, em linha com movimentos semelhantes observados na Europa e nos Estados Unidos.
Para apoiadores de Milei, o resultado consolida o partido do presidente como principal alternativa à esquerda peronista, liderada por Cristina Kirchner, ex-presidente que governou a Argentina por oito anos a partir de 2007, sucedendo o próprio marido.
Com AP
