A Moody’s, agência de classificação de risco, anunciou nesta sexta-feira (16) a redução da nota de crédito soberano dos Estados Unidos, que passou de “AAA” para “Aa1”. A decisão foi fundamentada em preocupações sobre o aumento contínuo da dívida pública e a deterioração das contas do governo americano.
Motivos do rebaixamento da Moody’s
A Moody’s destacou que sua decisão reflete um crescimento no endividamento do governo que já perdura por mais de uma década. A nota rebaixada se torna um indicativo alarmante do estado da economia dos Estados Unidos, especialmente em comparação com outros emissores soberanos que possuem classificações semelhantes. Segundo o relatório, o nível atual da dívida dos EUA é significativamente mais alto.
Além disso, a agência informou que o debate sobre a criação de medidas para controlar o aumento do déficit fiscal tem sido adiado de forma sucessiva. Atualmente, o déficit dos EUA é considerado elevado, e os custos crescentes de juros fazem parte das preocupações levantadas.
A perspectiva fiscal dos Estados Unidos
O relatório da Moody’s indica que os esforços atuais para equilibrar as contas públicas não parecem gerar “reduções materiais e plurianuais nos gastos obrigatórios e nos déficits”. A persistência de déficits fiscais isola a economia americana de qualquer impulso de recuperação, resultando em uma elevação contínua da dívida e do peso dos juros do governo.
“Déficits fiscais persistentes e elevados devem, por sua vez, elevar ainda mais a dívida e o peso dos juros do governo. O desempenho fiscal dos EUA tende a se deteriorar tanto em relação ao seu próprio histórico quanto em comparação a outros soberanos altamente avaliados”, destaca o documento divulgado no fim da tarde de hoje.
Este rebaixamento reduz o grau de classificação dos EUA do nível mais alto, considerado “prime”, para um nível ainda elevado, denominado “high grade”. Com essa mudança, enquanto os EUA se afastam da elite financeira, países como Alemanha, Dinamarca e Noruega permanecem no topo da escala de classificação de risco.
Comparações com outras agências de classificação
Vale lembrar que a agência Fitch já havia rebaixado a nota de crédito dos Estados Unidos para o segundo nível de sua própria escala em 2023. Na ocasião, a Fitch também havia apontado que a deterioração das finanças públicas e o crescente nível da dívida foram fatores preponderantes para essa decisão.
A Moody’s e a Fitch expressam preocupações semelhantes sobre a saúde fiscal dos EUA, o que demande atenção urgente dos responsáveis pela política fiscal do país. O cenário atual levanta questões sobre a capacidade do governo de gerir a dívida e garantir a confiança dos investidores.
Impactos para a economia americana
O rebaixamento da nota de crédito pode ter diversas implicações para a economia americana. Uma classificação mais baixa pode dificultar o acesso a empréstimos em condições favoráveis, aumentando os custos de financiamento tanto para o governo quanto para empresas e cidadãos. Além disso, pode gerar uma perda de confiança entre investidores nacionais e estrangeiros, resultando em volatilidade nos mercados financeiros.
A situação demanda amparo imediato de reformas fiscais e medidas que efetivamente abordem o déficit. O que é certo é que a trajetória financeira dos Estados Unidos deverá ser monitorada com afinco, tanto internamente quanto no exterior, pois suas repercussões podem não se restringir apenas à economia americana, mas afetar a economia global como um todo.
O rebaixamento da Moody’s é um chamado à ação, um lembrete de que a gestão da dívida e do déficit fiscal precisa de atenção prioritária para que os EUA recuperem sua posição de prestígio no cenário econômico global. O governo deverá agir rapidamente para evitar consequências severas que possam advir desta decisão.
Com a crescente complexidade das questões financeiras, será essencial que as políticas fiscais sejam não apenas discutidas, mas implementadas de forma eficaz, para que os Estados Unidos consigam retomar o caminho do crescimento sustentável e da confiança dos investidores.
Da Redação