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Embargo à carne de frango afeta economia do Rio Grande do Sul

O agronegócio é um pilar fundamental da economia do Rio Grande do Sul, contribuindo com cerca de 40% do PIB do estado. Recentemente, a situação se agravou com o embargo às exportações de carne de frango, que chega em um período crítico, marcado por dificuldades anteriores como as enchentes de 2024 e o surto de doença de Newcastle (DNC) que comprometeu a avicultura no último ano. O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Giovani Baggio, destacou as repercussões desse novo desafio para a economia local.

 

Impacto do embargo e mudanças no setor avícola

O embargo anunciado impacta diretamente a indústria avícola, uma das mais relevantes do estado. Segundo estimativas, as exportações de carne de frango caíram 6,9% em 2024 em comparação ao ano anterior, reflexo tanto da DNC quanto da atual situação com a gripe aviária. Essa desaceleração é preocupante, pois a região já enfrentava problemas climáticos que afetaram a produção nos últimos cinco anos, com apenas 2021 se destancando como um ano relativamente estável.

Dificuldades climáticas e seus efeitos no agronegócio

A última década tem sido marcada por ciclos de estiagem e eventos extremos, como as enchentes de abril de 2024. Esses fatores têm causado danos significativos às lavouras e criação de aves, que precisam de períodos de produção estáveis para garantir a oferta no mercado. A consequência disso é uma pressão constante sobre os preços, que já se reflete na alta dos custos. Mesmo com a adoção de medidas rigorosas para controlar a gripe aviária, analistas não descartam aumento nos preços de aves e ovos, o que pode impactar a mesa do consumidor.

Perspectivas e desafios para o setor

O agronegócio se vê em um momento de crise. Para o Rio Grande do Sul, que abriga os maiores produtores de frango do país, a situação é ainda mais complicada. De acordo com Baggio, mesmo que as medidas de controle sejam implementadas rapidamente, o impacto econômico não pode ser subestimado. Ele lembrou que o setor avícola é um dos maiores empregadores na região, com 12,2% dos postos de trabalho na indústria avícola brasileira concentrados no estado.

A indústria de transformação alimentar gaúcha, que inclui o abate de aves, está bem posicionada como a principal do setor. Ela é responsável por gerar uma quantidade massiva de empregos e sustentar a economia local em muitos municípios. Em cerca de 14 municípios gaúchos, mais de 10% dos empregos estão no setor avícola. Em localidades como Miraguaí, Nova Araçá e Trindade do Sul, a taxa ultrapassa 50%, ressaltando a vulnerabilidade da economia local a choques no setor.

Reações do governo e do setor

O Ministro da Agricultura emitiu declarações enfatizando a urgência de medidas preventivas. Ele afirmou que ao menor indício de doença entre os animais, a produção deve ser inutilizada como forma de evitar a propagação da gripe aviária. Essas declarações refletem a seriedade da situação e a necessidade de ações decisivas para proteger tanto os produtores quanto os consumidores.

A importância do agronegócio para a economia

Os desafios enfrentados pelo agronegócio gaúcho reverberam nas contas do estado e na vida dos cidadãos. O setor não só é vital para a geração de empregos, como também contribui significativamente para a balança comercial do estado. Com as exportações de carne de frango apresentando uma tendência de queda, a necessidade de um plano estratégico que garanta a sanidade dos rebanhos e a estabilidade no abastecimento se torna ainda mais imperativa.

O Rio Grande do Sul, conhecido por sua rica tradição na agropecuária, precisa se reinventar frente aos desafios contemporâneos. A resiliência e adaptabilidade do setor são fundamentais para garantir a continuidade da produção e a segurança alimentar no estado, bem como o sustento dos milhares de pessoas que dependem diretamente desse segmento crucial da economia.

À medida que a situação evolui, é vital que os agentes do setor continuem a colaborar, buscando soluções que preservem tanto a segurança alimentar quanto a saúde econômica, levando em consideração as particularidades e necessidades locais. Assim, o agronegócio gaúcho poderá enfrentar os desafios com mais segurança e esperança em um futuro mais estável.

Da Redação

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