O Brasil confirmou nesta quinta-feira (15) o primeiro caso de gripe aviária H5N1 em uma granja comercial localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul. A doença, que circula globalmente desde 2006, até então afetou apenas aves silvestres no país, criando um alerta entre criadores e autoridades sanitárias. Este marco na saúde animal traz à tona questões sobre a transmissão do vírus e os riscos envolvidos para a população.
O que é a gripe aviária H5N1?
A gripe aviária, especificamente o vírus H5N1, é um subtipo do vírus Influenza, que ocorre predominantemente em aves. Os vírus da Influenza são classificados em dois grupos: os de baixa patogenicidade (LPAI) e os de alta patogenicidade (HPAI). O H5N1 está no segundo grupo, caracterizando-se por uma rápida disseminação entre aves e alta mortalidade, o que provoca preocupações significativas no setor avícola.
Diagnósticos da Influenza Aviária foram registrados pela primeira vez em 1878, na Itália, mas o H5N1 somente foi isolado em 1996, na China. Desde então, a doença desencadeou surtos que afetaram não apenas aves, mas também levantaram preocupações de saúde pública devido à possibilidade de transmissão para humanos.
Risco de transmissão para humanos
Segundo o Ministério da Agricultura, o risco de infecções por gripe aviária em humanos é considerado baixo. As contaminações normalmente ocorrem em indivíduos que têm contato intenso e direto com aves infectadas, sejam elas vivas ou mortas. O vírus pode ser transmitido através das secreções e fluidos dos animais, o que torna as aves particularmente perigosas, principalmente para trabalhadores que lidam diretamente com elas.
Como evitar contaminações?
As autoridades sanitárias recomendam que as pessoas evitem o manejo de aves doentes e que utilizem equipamentos de proteção, como máscaras e luvas, ao manusear aves. Além disso, é importante evitar o contato com superfícies que possam estar contaminadas com secreções de aves infectadas.
Em termos de consumo de carne de aves, tanto o Ministério da Agricultura quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que não há registros de contaminação por meio do consumo de frango ou ovos devidamente preparados. A higiene e o cozimento adequado dos alimentos são essenciais para garantir a saúde dos consumidores.
Sintomas da gripe aviária em aves
A gripe aviária gera uma série de sintomas nas aves. Segundo as autoridades, os sinais mais comuns incluem:
- Dificuldade respiratória;
- Secreção nasal ou ocular;
- Espíritos;
- Movimento cambaleante;
- Pescoço torto;
- Diarreia;
- Alterações no consumo de água e ração;
- Redução na produção de ovos ou má formação dos mesmos;
- Alta mortalidade em aves domésticas e silvestres.
A identificação rápida desses sintomas é crucial para limitar a propagação da doença dentro da granja e proteger a indústria avícola brasileira.
Respostas às principais dúvidas sobre a doença
Para esclarecer as preocupações da população, o governo federal elaborou um conjunto de perguntas e respostas sobre a gripe aviária H5N1:
Humanos podem pegar o vírus?
Sim, mas o risco é considerado baixo. As infecções em humanos ocorrem geralmente em tratadores que têm contato íntimo com aves doentes.
Posso pegar H5N1 comendo carne de frango?
Não. O consumo de carne de aves e ovos devidamente cozinhados não representa risco, segundo as autoridades.
Quem corre mais risco?
Animadores de aves, trabalhadores de granjas e pessoas que controlam surtos são os mais expostos ao vírus.
Com a confirmação do primeiro caso em granja comercial, a vigilância se intensificar, e é essencial que tanto o setor produtivo quanto a população estejam cientes das medidas de prevenção e dos sinais da doença. À medida que o Brasil lida com essa nova realidade, a atuação conjunta das autoridades de saúde e da agricultura será fundamental para mitigar os impactos da gripe aviária no país.
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