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Começa velório de José Mujica no Uruguai; cortejo fúnebre atravessa Montevidéu

Cortejo com o corpo do ex-presidente do Uruguai saiu da sede da Presidência e seguirá até o Palácio Legislativo. Velório será aberto ao público e acontecerá até tarde de quinta (16). Considerado ícone da esquerda latino-americana, Mujica morreu na terça-feira por conta de um câncer no esôfago.

O corpo de José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai que morreu na terça-feira (13), começou a ser velado nesta quarta-feira (14), em Montevidéu.

 

O velório começou com um cortejo fúnebre pelas ruas da capital uruguaia que saiu da Praça da Independência e já passou por pontos como a sede do Movimento de Libertação Nacional — do qual Mujica já fez parte — e terá outras paradas ao longo da tarde desta quarta.

No final do cortejo, o corpo foi levado à sede do Palácio Legislativo, onde será velado em cerimônia aberta ao público e durará a tarde de quinta-feira (15). O funeral deve ocorrer na sexta-feira (16), quando diversos líderes mundiais, entre eles o presidente Lula, chegarão ao Uruguai.

O atual presidente uruguaio, Yamandú Orsi, além da viuva de Mujica, Lucía Topolansky, participam do cortejo.

Caixão com o corpo do ex-presidente uruguaio José Mujica no início do velório de Mujica, em Montevidéu, no Uruguai, em 14 de maio de 2025. — Foto: Pablo Porciúncula/ AFP

Mujica morreu na terça-feira (13), aos 89 anos, após meses de luta contra um câncer no esôfago. No início da semana, a mulher dele revelou que o ex-presidente estava em estado terminal e recebendo cuidados paliativos.

Em janeiro, em entrevista ao jornal “Búsqueda”, Mujica afirmou que gostaria de ser sepultado na chácara em que morava, nos arredores de Montevidéu. Até a publicação desta reportagem, a família não havia divulgado mais detalhes sobre o funeral.

O governo do Uruguai decretou luto oficial de três dias.

Cavalaria uruguaia transporta corpo do ex-presidente do país José Mujica no início do cortejo fúnebre do corpo de Mujica, em 14 de maio de 2025. — Foto: Andres Cuenca/ Reuters

José Alberto Mujica Cordano nasceu em Montevidéu, em 20 de maio de 1935. Nos anos 1960, tornou-se membro da guerrilha Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros.

O grupo se notabilizou, antes da instalação da ditadura militar uruguaia, em 1973, por assaltar bancos e distribuir comida e dinheiro roubado aos pobres.

Durante sua atuação na clandestinidade, Mujica foi ferido quatro vezes em confrontos com forças policiais. Escapou duas vezes da prisão até ser recapturado definitivamente, em 1972.

Ao todo, ele passou 14 anos de sua vida atrás das grades e sofreu torturas. Em 1985, Mujica foi finalmente libertado após a promulgação de um decreto de anistia.

Ele entrou para a política institucional, ajudou a fundar o partido de esquerda Movimento de Participação Popular (MPP) e foi eleito deputado em 1994.

Cinco anos depois, chegou ao Senado e, em 2005, com a chegada a Presidência de seu correligionário Tabaré Vázquez (1940-2020), foi nomeado ministro da Agricultura.

Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai — Foto: Secretaria de Comunicação do Uruguai

Mujica foi eleito sucessor de Vázquez e se tornou presidente em 2010, governando até 2015. O político virou ícone da esquerda sul-americana.

Ao lado de sua mulher, Lucía Topolansky, Mujica chamou atenção como um chefe de Estado de vida simples, que morava em um sítio modesto nos arredores da capital e dirigia seu próprio Fusca ano 1987 diariamente até a sede do Executivo.

Presidência de Mujica e legado

José Alberto “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai — Foto: Secretaria de Comunicação do Uruguai

Mujica, ao assumir a Presidência em 2010, elevou o gasto social de 60,9% para 75,5% dos gastos públicos.

Em conformidade com sua visão política, o salário mínimo teve um aumento de 250%. Em 2012, ele propôs a legalização do consumo e da venda da maconha, que acabou se concretizando no país.

Após deixar a Presidência, voltou ao Senado, cargo que ocupou até 2020, quando renunciou por motivos de saúde, em meio à pandemia de Covid-19.

Mujica passou os últimos anos de sua vida cuidando de sua horta. Acredita-se que doava 90% do salário como ex-presidente para projetos de combate à pobreza.

Durante a maior parte da vida, declarou-se ateu. Em uma entrevista de 2012, sintetizou sua crença: “Não tenho religião, mas sou quase panteísta: admiro a natureza”.

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