O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) surpreendeu ao declarar que considera abandonar a política após o término de seu mandato no Senado, que se estende até 2030. Durante um discurso na tribuna, ele manifestou seu desencanto com o atual cenário político e afirmou que está pensando em não concorrer mais a qualquer cargo eletivo ao longo de sua vida.

Desânimo com o cenário político

Em uma fala repleta de emoções, Cleitinho expressou seu descontentamento ao afirmar: “Se a política continuar da forma que está, minha pretensão é não disputar eleição nunca mais na vida”. Essa declaração reflete um sentimento crescente entre muitos políticos e eleitores, que percebem a falta de progresso na aprovação de projetos que visam melhorar a vida do povo.

O senador, que é apontado como pré-candidato ao governo de Minas Gerais em 2026 e lidera pesquisas com 33% das intenções de voto, diz estar desgostoso com a lentidão do processo legislativo. “Tenho mais de 300 projetos para melhorar a vida do povo brasileiro que não são aprovados. Quando chegam às comissões, têm coragem de pedir 30 ou 60 dias de adiamento,” comentou Cleitinho, evidenciando a frustração comum entre aqueles que desejam ver mudanças efetivas na política.

Possibilidade de uma candidatura ao Executivo

Apesar de seu desânimo, Cleitinho ainda considera a possibilidade de se candidatar ao Executivo. No entanto, ele não esconde os desafios que essa mudança de patamar traria: “Vou ter que negociar meus valores. Vou ter que lidar com gente que não está nem aí para o povo”, disse em tom crítico. Ele afirmou que consultará sua família e sua fé antes de tomar qualquer decisão sobre continuar ou não na política.

Ainda assim, o senador deixou claro que não pretende negociar cargos com a Assembleia Legislativa, se decidir pleitear o cargo de governador de Minas. Essa postura mostra um alinhamento com suas convicções pessoais e políticas, destacando um compromisso com a integridade, mesmo em um cenário que requer alianças e negociações. “Vou conversar com Deus e com minha família para decidir se realmente compensa continuar na política”, reiterou.

A indecisão e os aliados

Desde que começou a despontar nas intenções de voto, Cleitinho tem deixado em aberto sua decisão sobre a candidatura. “Se eu continuar liderando as pesquisas, vou escutar o povo,” disse ele ao jornal O GLOBO no mês passado. Essa afirmação reafirma seu compromisso com o povo mineiro, mas não apresenta uma definição clara sobre seu futuro político.

Nos bastidores, aliados do senador avaliam que uma candidatura ao governo pode ser incerta. Muitos acreditam que seu perfil é mais adequado ao Legislativo, devido ao seu histórico de fazer críticas contundentes e atuar como fiscalizador em relação à administração pública. A transição para o Executivo, segundo seus interlocutores, poderia ser desafiadora.

A corrida política em Minas Gerais

Atualmente, em Minas, a direita está dividida entre Cleitinho e o vice-governador Mateus Simões (Novo), que já foi escolhido como sucessor pelo governador Romeu Zema (Novo). Embora Mateus Simões ainda seja relativamente desconhecido, ele busca unir o campo da direita, enquanto a indecisão de Cleitinho e a incertitude no campo da centro-esquerda, que tenta atrair o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), podem criar um cenário eleitoral mais dinâmico.

Com as eleições se aproximando, a posição e as decisões de Cleitinho Azevedo serão acompanhadas de perto por analistas e eleitores. Sua trajetória política, marcada por discursos contundentes e seu compromisso com as causas populares, poderá influenciar o cenário eleitoral em Minas Gerais e, possivelmente, o futuro da sua carreira política. Resta aguardar as decisões que ele tomará nos próximos anos e como isso afetará o estado e seus cidadãos.

Da Redação