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Após 24 anos no PSDB, Eduardo Leite se filia ao PSD

Governador do RS diz que tem “disposição para liderar candidatura presidencial”, elogia Tarcísio e Ratinho Jr. e fala em projeto que supere polarização.

Após 24 anos no PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se filiou nesta sexta-feira (9) ao PSD.

 

O evento de filiação foi realizado na sede do PSD, no centro de São Paulo. Além de Leite, participaram o presidente do PSD, Gilberto Kassab, o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, parlamentares e outros integrantes do partido e aliados.

“Eu tive mais tempo de vida no PSDB do que fora do partido. Eu estive 24 anos em um partido político e procurei um caminho por onde eu possa me enxergar por uma longa jornada, por muitos e muitos anos. Então, quando foi falado aqui que ‘para o PSD você vem e não se preocupe em procurar outro caminho depois porque aqui será bem acolhido’, eu venho com esse sentimento.”

De acordo com Kassab, Leite chega ao partido como um pré-candidato à presidência da República.

No evento, teceu elogios ao novo correligionário e o classificou como “qualificado e preparado”. Afif Domingos, secretário de Projetos Estratégicos do governo Tarcísio e também integrante do partido, disse que Leite é um símbolo de renovação.

Leite é mais um governador que se filia à sigla. Em fevereiro, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, fez o mesmo movimento.

O PSDB, em nota, lamentou a saída de Leite da sigla.

“Lamentamos que essa decisão ocorra exatamente no momento em que o PSDB está se reconstruindo e se fortalecendo para voltar a liderar um projeto nacional de centro, longe dos extremos. A fusão com o Podemos, caminho que estamos construindo para fortalecer o PSDB, contou inclusive com o voto do próprio governador Eduardo Leite.”

Leite tem sinalizado que deseja concorrer à presidência, se apresentando como um “terceiro polo” na disputa de 2026.

As conversas sobre a filiação foram retomadas em 2024. Em 2022, Leite já havia sido convidado para trocar de partido, mas negou.

Segundo um aliado do governador, ele se manteve indeciso com a migração até o fim. Mas buscava um partido maior de olho em 2026, apesar da garantia do partido de que seria o nome do PSDB para 2026.

Contudo, existem alguns obstáculos para o projeto de Leite. O governador do Paraná, Ratinho Junior, também é pré-candidato à presidência pelo PSD. Kassab é aliado e é secretário de governo e Relações Institucionais do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Leite afirmou que tem “enorme respeito e admiração” por Ratinho Jr., que não concorreria contra quem tem convergência e relembrou que já participou de prévias, que terão que aguardar qual candidatura terá maior viabilidade.

Sobre Tarcísio, disse que é um belo nome, que o respeita e trabalharam juntos no Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud).

“Antes da definição do nome, vem a definição do projeto”, afirmou. “No momento certo, vamos saber identificar o caminho.”

Kassab, por sua vez, afirmou que, caso Tarcísio decida sair candidato à presidência, será “mais do que natural” apoiá-lo.

O governador do Rio Grande do Sul confirmou que o Senado seria uma alternativa, caso não seja o nome escolhido para disputar a presidência.

Outro governador do PSDB também tem conversado com o PSD sobre uma possível troca de sigla – Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul. Mas o tucano ainda aguarda definição sobre fusão do PSDB com o Podemos.

Já o PSDB tem buscado novos quadros – um dos alvos é o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, hoje filiado ao PDT.

Eduardo Leite assina filiação ao PSD — Foto: Mauricio Tonetto/Divulgação

Saída do PSDB

 

Leite anunciou sua desfiliação do PSDB, partido no qual ficou por 24 anos, na quinta-feira (8). Em nota, o governador do RS afirmou que “não foi uma decisão simples” deixar o PSDB e que segue “guiado” pelos valores tucanos.

“As circunstâncias do cenário político e eleitoral, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, exigem novos caminhos”, afirma trecho da nota. Leia o texto completo abaixo.

De acordo com a jornalista Ana Flor, o PSD chegou a oferecer, em 2022, o partido para Leite se lançar à Presidência. Ainda de acordo com a repórter, uma das atuais possibilidades aventadas por integrantes do PSD é o de Leite ser candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul em 2026.

Em março, o PSD já recebeu a filiação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que também deixou o PSDB. Com a saída de Leite, o único governador que permanece no PSDB é Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul.

Eduardo Leite iniciou sua vida política no PSDB. Foi prefeito de Pelotas pelo partido, e em 2018, se candidatou ao governo do estado. Venceu no segundo turno, derrotando José Sartori (MDB), e depois, se reelegeu em 2022.

Eduardo Leite em evento de filiação ao PSD, com Andrea Matarazzo e Gilberto Kassab — Foto: Reprodução/Redes sociais

Leia abaixo a nota de disfiliação de Eduardo Leite do PSDB:

“Nota aos Tucanos e à Sociedade Brasileira

“Depois de 24 anos de filiação ininterrupta ao PSDB — meu único partido até aqui — comunico, com o coração cheio de gratidão, minha desfiliação da legenda.

Não foi uma decisão simples. O PSDB me acolheu ainda jovem, me formou politicamente e me proporcionou viver experiências únicas, que levo comigo com orgulho e responsabilidade. Foi neste partido que aprendi a fazer política com seriedade, com responsabilidade fiscal, sensibilidade social e foco na transformação concreta da vida das pessoas — especialmente daquelas que mais precisam do poder público.

Ao longo dessas mais de duas décadas, estive ao lado de tucanos e tucanas com quem compartilhei sonhos, projetos e lutas. Aprendi com grandes lideranças, e me inspiro até hoje no exemplo de estadistas como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, cuja visão moderna de gestão pública e compromisso com a democracia marcaram profundamente a minha formação e a minha atuação política.

Minha saída não é um rompimento com esses valores. Ao contrário, sigo guiado por eles.

As circunstâncias do cenário político e eleitoral, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, exigem novos caminhos. Caminhos que percorro com a mesma convicção de sempre: a de trabalhar por um país mais justo, mais eficiente, mais equilibrado e mais comprometido com o futuro.

Mesmo fora do PSDB, continuo ao lado de todos os tucanos que, como eu, acreditam na política como instrumento de transformação da realidade e na construção de um Brasil melhor. Tenho certeza de que continuaremos caminhando na mesma direção, impulsionados por uma visão de país que valoriza o diálogo, o equilíbrio, a responsabilidade e a justiça social.

Aos amigos e amigas do PSDB, meu muito obrigado por tudo. Levo comigo os princípios, os aprendizados e, acima de tudo, o respeito e a admiração por todos que fizeram e fazem esse partido ser o que é. O tempo que passamos juntos não se desfaz com esta desfiliação: ele permanece como parte da história que seguimos construindo — agora, talvez por caminhos diferentes, mas olhando para o mesmo horizonte. O próprio PSDB vive um novo momento, refletindo sobre seus rumos e discutindo uma possível fusão com o Podemos. Desejo muito sucesso a essa trajetória e a todos os que a integram. Que seja um caminho exitoso, porque o Brasil continuará precisando de todos nós — com nossas ideias, nossa responsabilidade e nosso compromisso com o futuro.

Eduardo Leite

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